sábado, 29 de janeiro de 2005

Existe ou não existe?

Vou juntar neste post coisas que pensei em diferentes momentos, mas que são bem compatíveis e que irão comprovar a teoria de que podemos tirar algum aprendizado de coisas aparentemente sem importância, basta estarmos atentos o bastante. Tudo começou assistindo ao Big Brother (sim, eu assisto ao Big Brother, afinal, eu também tenho direito ao meu pão e ao meu circo). Quando o Jean disse que o motivo para quererem tirá-lo do programa deveria ser o fato de ele ser gay houve uma reação imediata dos outros participantes, principalmente daqueles que votaram nele. Apesar da indignação proclamada aos quatro ventos daqueles que o indicaram para ser eliminado do programa em relação à constatação do Jean, quem assiste ao programa viu, graças a diversos comentários preconceituosos, que ela era mais do que justificada. Nesse ocorrido pudemos ver algo que é um fato na sociedade brasileira: a negação do preconceito. No caso que aconteceu no Big Brother, o preconceito sexual. Em geral, o que podemos ver é a negação do preconceito racial. A velha falácia de que o Brasil se constituiu através da miscigenação entre brancos, negros e índios esconde um preconceito que existe, mas é varrido para debaixo do tapete. É o grande elefante branco brasileiro. No Brasil, é proibido fazer o que fez o Jean: falar da existência do preconceito e, principalmente, se identificar como vítima dele. Se o discriminado apontar o preconceito que sofreu, quem se sente ofendido é o preconceituoso por ter sido acusado de ser racista, pois, se o racismo não existe no Brasil, como ele pode ter sido racista? Na realidade tupininquim, quem é discriminado tem que passar por isso de bico calado. Nos EUA, a coisa se processa de maneira diferente, como me lembrei ao ver a propaganda do programa do excelente Michael Moore, The Awful Truth, falando de “uma sociedade em decadência” e mostrando imagens de pessoas vestidas tal como os membros da Ku Klux Klan. Na terra do tio Sam, o preconceito é existente e se assume como tal. O que quero mostrar aqui é, simplesmente, a diferença cultural, sem querer fazer juízo de valor entre as formas de racismo, porque não existe racismo melhor ou pior, existe racismo, ponto. Aqui, nas terras de Macunaíma, figura literária mais do que apropriada para este post, ao ser discriminado, o sujeito tem que engolir seco e fingir que nenhuma oportunidade lhe foi negada ou nenhum insulto lhe foi feito por preconceito, pois, se declarar que isso aconteceu, será tratado como a criança que fala do bicho papão dentro do armário ou embaixo da cama. A outra alternativa? Fazer como o anti-herói brasileiro e se transformar em branco, ou em heterossexual, ou em qualquer outra classe não sujeita aos preconceitos recorrentes.

terça-feira, 18 de janeiro de 2005

Estabelecendo limites

Até que ponto podemos exigir que as pessoas ajam da maneira que queremos? Até onde é correto forçar as pessoas de quem gostamos a nos darem o que queremos? Quando digo forçar, não me refiro a uma coerção, uma imposição autoritária, mas sim a um aproveitamento exagerado da amizade e da boa vontade alheia. Algo que aprendi nos últimos anos é que saber que alguém sempre fará o que pedirmos não nos dá o direito de pedir sempre. Pelo contrário, muitas vezes devemos nos resignar e não pedirmos justamente porque sabemos que a outra pessoa não se negará a fazer aquilo por nós. Mesmo acreditando que a amizade é o que há de mais sagrado em nossa vida como eu acredito, é preciso estabelecer uma cota para os sacrifícios que os amigos estão dispostos a fazer por nós, uma cota estabelecida por nós mesmos, e não pelos outros, pois, se os outros são amigos mesmo, nunca demarcarão uma quantidade X de ajuda que nos prestarão, e é justamente por isso que não podemos abusar da boa vontade deles. É preciso ter consciência de até onde podemos ir, até onde podemos tirar proveito daquela amizade. Afinal, a amizade, assim como tudo nessa vida, tem limites.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

É nós na fita (???)

Antes de mais nada, quero deixar registrado o meu protesto para que se faça uma lei que proíba a Internet discada e obrigue todos os provedores a oferecerem Internet de banda larga a preços competitivos. Mandarei ao Lula o meu projeto “Dial-up Zero”.
O meu assunto do momento não podia ser nada mais banal: a participação da Natália não-sei-quem, VJ da TV União, no Big Brother Brasil. Eu tive uma surpresa tão grande ao ver que aquela menina sem nenhuma desenvoltura, com uma péssima dicção e que eu via todo dia na televisão em Fortaleza iria participar da próxima edição do Big Brother que tenho que comentar a esse respeito aqui. Pode ser falta do que fazer ficar pensando nisso, mas, quando finalmente um representante de Fortaleza é escolhido para participar do programa, ser logo aquela menininha boba é preocupante. Vamos ver qual imagem ela vai passar dos nordestinos, cearenses e fortalezenses para o resto do Brasil. Afinal, não precisamos de reforço aos estereótipos e preconceitos.