terça-feira, 16 de agosto de 2005

Desperdício de talentos

Eu vi ontem no Jornal Hoje que uma ponte foi interditada no interior do Paraná. Ela ameaça cair por falta de manutenção. As imagens do estado da ponte comprovavam, até para mim, que sou leigo em assuntos de engenharia, que ela estava para cair a qualquer momento. Mais uma. Notícia de ponte caindo ou sendo interditada a ponto de cair está, infelizmente, virando rotina no Brasil. Acho que os governantes que não querem “perder seu tempo” com manutenções “engenherísticas” (como no caso dessa ponte no Paraná, em que os governos estadual e federal estão brigando para não assumir a responsabilidade pela rodovia) poderiam passar a incumbência para aqueles ladrões do Banco Central da minha terra (Fortaleza). Os caras fizeram um senhor túnel, com iluminação, água e até ar-condicionado, sem fazer barulho audível pela vizinhança, atravessaram uma avenida movimentadíssima do centro da cidade, quebraram o chão do cofre do Banco Central, que era composto por centímetros de concreto e malha de aço, e deram no pé com 3,5 toneladas de dinheiro sem ninguém ver. E o pessoal não consegue dar conta da manutenção de uma pontezinha minúscula (porém necessária) no interior do Paraná. É bom alguém tomar uma providência, pois, se continuar assim, nós não vamos nem poder cuspir uma ordem um tanto pueril em momentos de raiva e destempero sem ouvir uma piadinha de resposta. Já pensaram? Você vira para alguém, no auge da sua cólera infantil, e grita: “Ah, vai pra ponte que partiu!”, e a pessoa pergunta: “Qual delas?”.

terça-feira, 2 de agosto de 2005

O bem vence o mal

Eba!!! Camila já está no hospital!!! Calma! Pra quem se perdeu, eu estou me referindo à novela “Laços de Família”. Eu sou viciado nessa novela. Aliás, foi a última que Manoel Carlos escreveu que se salva. Mas vocês devem estar se perguntando por que estou tão feliz por a pobre da moça estar hospitalizada. É que está cada vez mais perto de uma das cenas que mais aguardo na novela: a surra que a Helena vai dar na Íris. Não, eu não sou adepto da violência, quem me conhece bem sabe. Mas essa cena representa toda uma catarse para mim. Íris é uma personagem da novela que representa o mal, na minha opinião. E o que é fantástico nas novelas do Manoel Carlos é que não é um mal estereotipado, tipo a bruxa da Branca de Neve. É o mal cotidiano, o mal que encontramos em pessoas desprezíveis no nosso dia-a-dia. Ela é egoísta, mimada, implicante, cínica, arrogante. E vê-la recebendo o castigo tão merecido é meio que ver o mal levar o seu. Em tempos nos quais Osama Bin Laden comete atrocidades e é endeusado e seguido como um herói, George W. Bush inicia uma guerra sob falsos argumentos, mata milhares de inocentes e é reeleito, uma garota que planejou a morte dos próprios pais é solta, políticos que cometem as maiores atrocidades com o dinheiro público continuam saracoteando por aí, é bom ver, pelo menos na ficção, que o mal tem o dia de pagar suas contas.