quarta-feira, 28 de junho de 2006

Má educação (não, não é o filme do Almodóvar)

Dei um tempo nos estudos e nas 872.495 providências da mudança que ainda me castigam para descontrair e escrever um ameno post. E lá vem ele, o assunto de 4 a cada 10 posts (atenção, essa estatística não é oficial) desse blog que vos fala: o Orkut. Como se eu já não tivesse problemas suficientes na minha vida, agora ainda tenho que ficar me preocupando com o excesso de simpatia e educação das pessoas para comigo. Agora é um tal de gente que eu nunca vi na vida deixando desejos de boa semana, bom fim de semana, bom dia, boa noite, bom dia do padroeiro dos fazedores de pavio de vela na minha página de recados quase diariamente. Eu não tenho tempo nem paciência para ficar respondendo cada mensagem dessas, por mais educadas e simpáticas que sejam. “Não responde, então, fica na sua”, vocês podem sugerir. Afinal, são pessoas que eu nem conheço. O problema é que eu tenho uma compulsão séria por querer agradar a todos e ser bem quisto. Quando vou apagar o bom recado alheio, eu fico pensando: “E se essa pessoa sair contando para os amigos que eu sou o maior otário, grosseiro, mal educado da paróquia?” e já começo a me preocupar com a minha imagem, por mais que eu não faça idéia de quem sejam os amigos da pessoa. Pode parecer frescura, mas é um conflito interno que vem me afligindo. Mas, por enquanto, eu estou seguindo a tática de não responder aos recados, pois eu tenho medo de responder a um, abrir o chakra e me sentir obrigado a sair respondendo a todos. Pensando bem, isso não parece o tipo de preocupação de quem tem muito o que fazer. Acho que esse Orkut está tumultuando a minha vida.

domingo, 25 de junho de 2006

Carregando, e cantando, e seguindo a canção

Vocês sabem por que o diabo e os outros habitantes não se mandam do inferno, mesmo lá sendo ruim como é? Para não ter que fazer mudança!!! Ontem eu me mudei. E olhem que me mudei para perto de onde eu morava antes, o que não quer dizer que seja uma coisa boa, mudancisticamente falando, pois assim você ainda se vê tendo que carregar coisas a pé, como fiz ontem à noite. Nove horas da noite e eu lá, corno como eu só, carregando sacolas e troços de um apartamento pro outro, itens de primeira necessidade que haviam ficado lá. Só sei que ao fim do dia eu estava morto, acabado, destruído, destroçado (já deu pra pegar a idéia, né?). Falei até para Patrícia (noiva de Adriano) que minhas pernas doíam como se eu tivesse passado o dia malhando as coitadas. E falando em malhar e em mudança, eu quero só dizer que meu quase 1 ano de academia foi totalmente humilhado ontem. Estava eu à porta do elevador da garagem, orientando os carregadores da mudança sobre o que viria para o meu apartamento e o que iria para o de Adriano, que está morando em outro apartamento neste mesmo prédio. De repente, lá vem um senhor que, claramente, já passou dos seus cinqüenta anos, careca e barrigudo, trazendo a TV de 21 polegadas de Adriano no ombro, como se estivesse carregando uma lata de Nescau vazia. Vergonha total!! Mas prefiro me consolar dizendo a mim mesmo que é tudo uma questão de know-how.

sábado, 10 de junho de 2006

Don't worry be happy

Vocês já tiveram aquele momento de clareza mental e, por que não dizer, espiritual de se dar conta de que nós escolhemos como vamos levar a vida e encarar as coisas? Nós que decidimos se vamos ver os fatos e os problemas com uma perspectiva mais realista ou até mesmo otimista ou se vamos fazer uma tempestade em copo dágua. Não é nem questão de fazer o jogo do contente – já confessei inúmeras vezes meu lado Poliana neste dito cujo blog que vos “fala”. É questão de realizar o que conseguiremos de bom, que solução trará fazer um escarcéu e ficar se maldizendo. Não, eu não tive um momento epifânico de iluminação divina recentemente, nem passei por uma experiência de quase morte, graças a Deus (como no excelente episódio de Grey’s Anatomy desta semana – quem não assiste a essa série não sabe o que está perdendo). Eu cheguei a essa conclusão mês passado, quando estava no aeroporto Tom Jobim – Galeão para os íntimos. Quando estava no aeroporto de Fortaleza, voltando da minha visita relâmpago de 3 dias à base de passagens Gol a R$ 50,00, meus pais ligaram para o meu celular para saber se eu já estava lá. Como era muito cedo – o vôo saía às 06:50 h –, eu pedi a eles que ligassem mais tarde para o meu irmão avisando que o meu avião chegaria às 10:00 h ao Rio. Quando desembarquei, vi que Jonas não havia chegado ao aeroporto. Liguei para ele e descobri que ele ainda estava em casa. Combinamos que eu ficaria ali mesmo, esperando-o chegar, pois sai muito caro vir de táxi do aeroporto. Quando desliguei o celular, fiquei pensando que eu poderia reclamar horrores quando ele chegasse, brigar com meus pais por não terem dito para ele estar no aeroporto às 10:00 h ou brigar com ele por não ter ido no horário combinado (àquela altura, eu não sabia de quem era a culpa pelo atraso). Mas parei e pensei: o que vou conseguir com isso? Brigar não faria o tempo voltar e eu não ter que esperar meia hora na frente no portão de desembarque, só faria eu brigar com meu irmão e meus pais e ficar um clima chatíssimo por um bom tempo. E pensei ainda mais: o que é meia horinha de espera? Não dá para matar ninguém. Para que aumentar a proporção do problema? É, eu sei, post altamente cabeça. Mas eu senti que precisava compartilhar esse momento “Minutos de sabedoria” com vocês, mesmo com quase 1 mês de atraso.