segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Mude o mundo

Eu prometo não fazer promessas, pois promessas não movem o mundo. Eu prometo agir, fazer, acontecer. A diferença de 2008 em relação ao ano que se encerra será justamente o que se fizer de diferente. Tirando o somatório das horas extras do movimento de translação da Terra ao redor do sol que se converterá em um 29 de fevereiro, o próximo ano será rigorosamente igual a 2007. Então mude. Mudar está na essência do ser humano, às vezes para melhor, às vezes para pior. Mas mesmo as mudanças para pior geram repercussões, propiciam um momento de reflexão posterior e uma nova oportunidade de mudança e crescimento. Não espere as coisas mudarem por si só, como se elas tivessem o poder da transformação voluntária. Mude, altere, transforme. Mude até o que já parece bom, mas que está bom há muito tempo, pois o conformismo e a preguiça do conforto podem trazer malefícios inesperados. Então aqui vou eu, tentando mudar meu ano. Mas vou logo avisando que os prognósticos são animadores.
Feliz mudança de ano.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Por vir

Que venham a felicidade de se encontrar e o desejo de se reunir. Que venha a alegria de presentear não pelo valor do presente, mas pelo tanto de pensamento e carinho que se pôs nele. Que venha a beleza decorada, que venham as luzes, os laços e os enfeites. Que venha a sensação de uma época melhor, mais promissora e de salvação, mesmo para quem não é cristão. Que venham um sentimento de paz e uma disposição maior para perdoar, ser gentil e amar. Que venham a amizade sincera, a alegria espontânea e a doação desinteressada. Que venha o desejo de ser feliz, mas não de ser feliz sozinho; ser feliz junto, em conjunto, em comunhão. E que venha o desejo de fazer feliz.
Feliz natal.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Cansado, Puto, Mortificado e Frustrado

Volto depois de mais um bom tempo sem postar para retomar discussões mais importantes do que os “causos” do metrô ou meus devaneios durante o banho. Há tempos não sinto a menor disposição para comentar a tronxa política brasileira, mas o fim do imbróglio da CPMF me causou o desejo de escrever algumas linhas. É fato que a CPMF é um tributo exdrúxulo, que se desvirtuou da sua origem e incide em cascata sobre as várias etapas de produção e comercialização de produtos e serviços. Mas não consigo crer que foi por essa clareza de pensamento e raciocínio econômico que a oposição fechou questão e conseguiu que o famoso imposto do cheque não fosse prorrogado, até porque foi a atual oposição quem criou, prorrogou e defendeu a CPMF até pouco tempo atrás. Aliás, todo esse episódio político tupiniquim tornou ainda mais claros para mim dois aspectos medonhos e doentios das regras que governam quem nos governa. O primeiro é o senso destrutivo da oposição, não importa de que partido ela seja (é melhor nem entrar na questão dos partidos políticos senão eu não termino esse texto hoje). Não importa se é PT, PSDB, PMDB, DEM ou qualquer outro: virou oposição, tem que emperrar o funcionamento do governo e destruir tudo de bom que se queira fazer ou se tenha feito. Talvez seja o nível de descrença ao qual os últimos acontecimentos políticos me levaram, mas ninguém me convence que a oposição fez o que fez por outra coisa que não seja atrapalhar a vida do governo.
O outro aspecto nefasto da política nacional é o toma-lá-dá-cá: não se vota a favor ou contra por crença na importância e relevância de determinado assunto para o país, vota-se a favor se ganhar a presidência de uma estatal, a chefia de um ministério ou qualquer outro cargo almejado. A política nacional virou um balcão de troca, um escambo onde se entra com o voto de um lado e a nomeação do outro. E os brasileiros que se danem.
O que quero ver agora é como se dará o cenário pós-CPMF e como governo e oposição farão para repor a arrecadação perdida com o fim do medonho imposto do cheque. E nós brasileiros ficamos aqui, acompanhando tudo isso, sem saber se é uma novela, um drama ou o mais puro picadeiro.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Milagres acontecem

Para comemorar 1 mês sem post novo, eu presenteio vocês com... um post novo! Tudo bem, eu ando mesmo sem tempo, trabalhando bem mais, mas ainda dá tempo de dar as caras por aqui, só preciso me organizar melhor. Então, pra deixar vocês com gostinho de “agora vai”, comecemos os trabalhos. Contudo, aqui vai um aviso aos navegantes: o post de hoje será uma costura de várias bobagens bobas sem importância (sentiram o drama?). Então, continuem por sua própria conta e risco.

Passando pelo que costumava ser o Bingo Arpoador, olhei para a fachada do prédio e só consegui ler “Arpoador”. A palavra “Bingo” estava coberta por um plástico preto. Rapaz, o negócio tá feio pro lado dos bingos, né? Não só eles foram fechados, como a simples exibição da palavra está proibida. Prevejo um novo palavrão surgindo. Preparem-se para xingar as pessoas assim: “Seu bingo!”, ou “É um filho de um bingo mesmo!”, ou ainda “Bingo que pariu!”.

Não sei de onde me veio esse pensamento inquietante (nem vocês devem tentar entender, se eu já desisti de descobrir de onde me saem essas indagações estapafúrdias, vocês nem devem se dar ao trabalho), mas deve ser uma merda ser o decímetro. Sério! Parem pra pensar: o milímetro tem seu lugar ao sol, todo mundo usa o centímetro e o metro é rei das medidas. Mas e o coitado do decímetro? Já ouviram alguém dizer “Eu meço 17 decímetros”? Já viram um ventilador de 4 decímetros? Uma régua de 3 decímetros? Depois o decímetro aparece fazendo malabarismo ou vendendo balinha em sinal de trânsito ou vira aviãozinho do tráfico e ninguém vai saber por quê. Ou então ele vai entrar nos ônibus, dizendo “Boa tarde, senhores passageiros. Eu podia estar roubando, eu podia estar matando, mas eu tô aqui, pedindo a sua ajuda. Se alguém tiver um ateliê de costura, um escritório de arquitetura que possa me dar um emprego, por caridade!”. É triste a vida de marginalizado.

E o prêmio ironia do mês vai para o SBT, que, sábado passado, pôs no ar no Cine Belas Artes (frise-se “Belas Artes”) o filme “A noiva de Chucky”. Como assim, Bial?

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Posso dar uma puxadinha?

Lá estava eu, alegre e fagueiro na minha bicicleta a caminho da praia num belo domingo de sol (droga, nem foi num sábado pra eu poder fazer a piadinha “sábado de sol aluguei um caminhão pra levar a galera pra comer feijão”), porque agora eu sou quase um carioca: não posso ver um sol no fim de semana que quero ir à praia. E em versão fitness, de bicicleta, que é muito mais saudável, engrossa as pernas e economiza o dinheiro do metrô (ah, o metrô, essa maravilha da engenharia humana). E eis que encontro em meu caminho um daqueles seres não muito raros de se ver: os atochadores de short entre as coxas.
O quê? Vai me dizer que você nunca viu um espécime desses? Aquela galera que ou se vestiu com pressa e nem se olhou no espelho antes de sair de casa ou deu uma coçada estratégica na região e se esqueceu de desatochar a barra do short e fica andando por aí com uma das pernas do short (sim, porque é sempre uma perna apenas que fica atochada, nunca as duas, pra não fazer parzinho ) levantada e presa por ali, na região dos países baixos. O fato é que eles perambulam por aí impunemente, geralmente nessas áreas destinadas a caminhadas e outros exercícios aeróbicos, causando em pessoas como eu uma aflição horrenda e uma vontade quase incontrolável de ir lá e puxar a barra do short do meio das pernas da criatura. Revisãozinha no visual depois de se vestir ou depois “daquela” coçada é como canja de galinha: não faz mal a ninguém.
Eu até tenho mais dois assuntos pra tratar aqui e pensei em fazer como quando a gente recebe aquela visita inesperada (e malandra) na hora do almoço e coloca mais água no feijão pra fazer o post render mais, mas vou guardar aqui junto com os outros assuntos de segurança nacional para um novo textinho safado. Ê, povo, tudo para manter a audiência interessada! Aguardem cenas dos próximos capítulos.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Mato ou morro

Estou eu aqui, no conforto do meu lar, assistindo ao Tribos, com a excelente Dani Suzuki. A tribo de hoje é a tribo dos mochileiros. Em meio a suas entrevistas, Dani pergunta o que define os mochileiros, qual sua filosofia de vida, qual o ensinamento que tiram dessa vida. Depois de várias pessoas dizerem que mochileiros dormem pouco e mal, comem mal, não tomam banho tão freqüentemente e mal trocam de roupa, me vem um tiozinho jogar aquele papo metafísico-filosófico de que a vida é mais simples quando você tem pouco, e que tudo que você precisa é aquilo que você pode carregar nas costas. Tá, tudo bem que, durante aqueles dias em que você faz as trilhas e tal você consegue viver (ou sobreviver) só com o que vai naquele mochilão. Mas tenta passar a vida toda vivendo só com aquilo.
Não me entendam mal, sou uma pessoa super desapegada e tal, não me defino pelo que possuo. Mas vamos combinar que um chuveirinho quente no frio, um iogurtezinho desnatado (sim, porque eu sou desapegado, mas sou fit), uma cama com lençóis limpos se fazem necessários após uns dias de elevação espiritual e vida "descomplicada" (descomplicado tomar banho em rio, cozinhar na base da fogueira, fazer as "necessidades" no meio do mato? I don't think so).
Eu ainda quero fazer várias trilhas na minha vida, entrar em contato com a natureza, conhecer a Europa de mochilão nas costas (acho que fazer trilhas pela Europa é o que há de mais chique, classe mediamente falando). Até pra dar valor a um belo e prosaico vaso sanitário na volta pra casa.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Do Paleolítico para o Neolítico

Eu já pensei algumas vezes que dei a sorte de ter nascido e crescido em uma época de mudanças, de revoluções, de quebra de paradigmas (sim, porque “quebra de paradigmas” é o último grito quando se trata de falar de turning points na história da humanidade). Vi e vivi coisas que a nova geração não saberá o que é a não ser via pesquisa no Google (ai, meu Deus, a velhice! Como já passei dos 25, já posso me referir a uma próxima geração! Traz meu corega, menino, que a dentadura tá folote*!).

*Nota do autor (ai, como eu sou metido!): aos não iniciados em cearensês, folote quer dizer folgado, frouxo. Legal demais, né não? Folote! Repita 3 vezes com a boca cheia de farinha: folote! Folote! Folote!

Como eu sou um ser nada elevado, vou lembrar várias coisas matusaléicas para arrastar vários amiguinhos para o poço do reumatismo junto comigo. Tão pensando o quê? Que eu vou sofrer sozinho? É tu nada, Aurora!

- eu vivi para ver a substituição do LP (Long Play) de vinil e da fita K7 (aos depravados de plantão, isso lê-se cassete, e não cacete) pelo CD (Compact Disc – Tiago também é cultura. Inútil, mas cultura). Eu bem me lembro que ficava em casa, esperando meu irmão mais velho chegar para colocar meu LP da Mariane (uma genérica de Xuxa que teve um programa infantil no SBT) para tocar, pois eu era muito novo para o complexo processo de colocar o bolachão na vitrola e deitar a agulha no começo do disco. E, hoje em dia, qualquer moleque catarrento de 5 anos atocha um CD num som.

- eu ainda tomei vacina quando era criança na base da injeção no bumbum (que meigo!). Lembro que eu via aqueles pirralhos se esgoelando na fila do posto de saúde por causa das 2 gotinhas que teriam que tomar na língua e pensava: “Vocês tão loucos? Esse escândalo por causa de 2 gotinhas? Muito melhor do que levar uma furada na bunda!” E viva o Zé Gotinha!

- eu fiz pesquisa para trabalho de colégio em enciclopédia. Se você chega pra um fedelho de 10 anos e pergunta o que os nomes Barsa, Enciclopédia Britânica, Almanaque Abril significam pra ele, você ouvirá: nada! Eu continuo dizendo: o Google vai dominar o mundo!

- eu soube o que era viver sem celular. E ser feliz assim! Pois é, essa é uma realidade que me parece que vai ficar cada vez mais impensável para as futuras gerações.

- eu usei máquina de datilografar. Aliás, meu pai ainda a usa até hoje (ele tem uma desculpa de que precisa usar o papel carbono pra preencher umas fichas, não sei que lá – mas a verdade é que ele é reacionário mesmo). Pois é, os pirralhos de hoje nem sabem o que é Olivetti, só HP, Dell, Positivo.

- eu joguei em videogame de cartucho. Comecei no prosaico (porém saudoso) Atari (Pitfall é o que há!), passei pelo avanço tecnológico do Master System, evolui para o Mega Drive e cheguei ao Super Nintendo. Perto de um Playstation 3, esses pobres coitados parecem uma chaleira. E daquelas que nem apitam avisando que a água ferveu!

- eu assisti a desenhos clássicos e ingênuos, com perseguição de gato e rato, mensagens de que o bem sempre vence (Gorpo cantando: “o bem vence o mal! Espanta o temporal! Azul, amarelo, tudo é muito belo!”), vilão caricato com risada sinistra, tudo antes da invasão dos animes, Pokémons, Digimons, Diabaquatromons. Tom e Jerry, Pernalonga, Supermouse, Carangos e motocas (eu te disse, eu te disse!!), He-Man, She-Ra, Thundercats etc. etc. Mas também acho ótima essa nova safra de desenhos que são feitos mais para adultos do que para crianças, assim posso me deleitar com Bob Esponja e Os padrinhos mágicos.

- eu vi a ascensão e declínio do videocassete. A evolução para 4 cabeças, depois para 6, até a chegada do DVD. Primeiramente, apenas para reproduzir e, agora, para gravar. Por sinal, meu irmão comprou um gravador de DVD para substituir o videocassete que minha amiga Carolina (uma que, algum dia, comentou neste blog) deixou aqui. Não quero outra vida! DVD recorder rules!

- e o mais surpreendente de tudo: EU VIVI SEM INTERNET! Não sei, não me perguntem como! Aliás, também não me perguntem como eu suportei a infame internet discada nos primórdios da minha vida virtual! Banda larga, eu te amo!

domingo, 13 de maio de 2007

Mãe

Como sou um adepto da sustentabilidade e de atitudes ecologicamente responsáveis, o texto de hoje será reciclado. Mas não porque a data não mereça um texto para si, e sim porque este que publico já diz tudo que eu queria dizer. O texto a seguir é de um e-mail que enviei ao programa Saia Justa na última quarta, após ver uma discussão das saietes sobre a irreal expectativa dos filhos de que suas mães sejam perfeitas. Aqui vai.

Acabei de ver a discussão do programa desta quarta, 9 de maio, sobre a expectativa de perfeição das mães por parte dos filhos e como isso é irreal e inexistente. Como esse é um tema que pautou e pauta minha vida até hoje, senti-me compelido a enviar este e-mail.
Inexplicavelmente, conheço uma mãe que consegue ser perfeita: a minha. Aviso: isso não é rasgação de seda motivada pelo dia das mães que se aproxima, é fruto da mais pura observação íntima, quase antropológica. Enquanto muitos filhos passam a vida esperando por provas de perfeição de suas mães, eu passei meus 25 anos de existência aguardando um gesto de imperfeição, um deslize, um desequilíbrio, uma prova de humanidade daquela que é modelo para mim. E até hoje não vi tal prova de que minha mãe não é um ser cósmico, uma entidade platônica que consegue congregar todos os aspectos da perfeição do conceito materno, mas sim uma reles mortal.
Tanto é verdade que eu, que sempre fui dado a presentear aqueles que prezo com sentimentos vestidos de palavras, não tenho mais o que escrever nessa data que se repete todos os anos que não tenha a ver com meu espanto ao constatar que mesmo os momentos de aspereza do passado que me marcaram profundamente foram as ferramentas que moldaram meu caráter e me deram senso de disciplina e responsabilidade. Das provas de carinho, amor, compreensão, bom, dessas eu nem falo, pois não há tempo e espaço suficientes.
Como é possível existir tal pessoa? Eu, sinceramente, não sei, já havia dito que era algo inexplicável. A única coisa que posso dizer é que minha mãe é um caso a ser estudado e documentado. Pena que não possa ser por Freud, pois a mãe da sabedoria materna merecia ser estudada pelo pai da psicanálise.

Tiago Sitônio Guedes,
filho, discípulo, admirador e seguidor de Mafalda Sitônio Guedes.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

SOM!!! VI-TRO-LA!!!

Aproveitando que hoje é feriado no Rio de Janeiro (dia de São Alguma Coisa – vem cá, alguém pode me explicar como o Brasil é um Estado laico se os dias dos santos padroeiros do país, dos estados e dos municípios são feriados?), estou eu aqui. Mas isso não quer dizer falta do que fazer, pois já preparei a segunda máquina de roupa para lavar (roupas vermelhas, essas esnobes que não se misturam), tenho pilhas de louça para lavar, fui ao supermercado e ainda tenho que dar um jeito no quarto, que tá meio bagunçado (Amélio que era homem de verdade...).

Lamentações à parte, vim dividir com vocês uma preocupação que tem me afligido sobremaneira (eu já disse que adoro escrever “sobremaneira”, não disse?): o que será do mundo quando os iPods tomarem de conta total? Quer dizer, os iPods e os nãoPods (o mp3 player de pobre, coisa de quem não pode – sacaram? Hã? Hã??). É um tal de gente com os fones de ouvidos no metrô, no ônibus, na academia, dentro dos shopping centers. E quando todo mundo tiver o seu, como será? E quando você precisar falar com a pessoa ao seu lado (sim, pois eu tenho fé que a comunicação humana não há de se extinguir)? Prevejo um futuro sombrio, com pessoas vítimas de inflamações constantes na garganta de ter que gritar com qualquer transeunte para se fazer ouvir. Ou então a tecnologia vai completar o serviço e os iPods do futuro virão com letreiros eletrônicos, tipo aqueles de casa lotérica, para pendurarmos no pescoço e digitarmos nossas singelas palavras. Abre o olho, Microsoft, que isso é uma oportunidade de negócio: o People-who-don’t-want-to-talk-to-people Live Messenger!

Ontem, andando pelas calçadas aqui da rua, eu passei por uma velhinha que estava cantarolando: “Sílvio Santos vem aí, lá-lá lá-lá-lá-lá!!” Mais uma cliente do Baú da Felicidade satisfeita!!

terça-feira, 17 de abril de 2007

SAP, SEX, BBB ETC.

Graças a Deus e à tecnologia eu posso assistir a um bom filme na TV aberta com som original e legendas. Vivam o SAP e o closed caption!! Falem o que quiserem da Globo, que ela manipula, que ele é um grande império midiático do mal que planeja dominar o mundo, que nos faz ter que engolir 14 ex-BBBs todo ano (existe coisa mais chata, irritante e inútil do que “ex-BBB”?)*, mas uma coisa vocês têm que reconhecer: pelo menos ela disponibiliza som original e closed captions para todos os seus filmes, até mesmo aqueles da Sessão da Tarde. Caso você já tenha decorado todas as falas de “Quero ser grande” em português é apertar essas duas teclas do seu controle remoto e voilá: você pode decorá-las em inglês, na voz do próprio Tom Hanks, bem antes de ele ter um caso homo-afetivo com uma bola de vôlei chamada Wilson.

Foi isto que fiz na minha noite de sábado, assisti a Kill Bill em inglês e com legendas em pleno Supercine. Ninguém merece ver essa obra-prima do cinema (o quê?! Você nunca viu Kill Bill?! Herege!!!) com aquela voz de dublador de desenho animado (“Santa amargura, Batman!”).

Acabou de passar no Jornal Hoje uma matéria sobre uma pesquisa sexual que revelou que os brasileiros são o segundo povo mais sexualmente ativo do mundo (145 relações por ano... peraí que eu tô fazendo as contas...) seguida por uma matéria sobre... a visita do Papa ao Brasil! Eu teria colocado uma materiazinha mais neutra entre as duas.

* Em tempo: sou só eu ou mais alguém não suporta mais o povo tentando nos empurrar o Alemão goela abaixo? Hooker that gave birth! Juro que se eu vir mais uma capa de Ana Maria, Ana Patrícia, Ana Carla, Ana Adagoberta ou qualquer outra dessas revistas de R$ 1,99 falando do “amor platônico de Íris e Alemão” eu vou tocar fogo na banca! Aaaaaaaaaaahhh!!! Eu tô pissuído!!!

terça-feira, 6 de março de 2007

Tempos modernos (sim, eu já usei esse título)

Vocês já perceberam que novas manias e expressões surgiram com a “nova mudernidade atual” e parecem ter chegado pra ficar? Como se não bastasse termos que ficar sintonizados sobre os últimos acontecimentos no mundo, a situação do Iraque, o aquecimento global, as bolsas asiáticas, o capítulo de ontem da novela, quem saiu no paredão do Big Brother e outras informações de semelhante relevância (ironia, teu nome é Tiago) para podermos acompanhar colóquios na nossa vida, ainda temos que estar updated com as novidades tecnológicas e suas conseqüentes mudanças comportamentais.

Se você não entende quando uma pessoa diz: “Fulano me deixou um scrap dizendo que...”, sinto informar que você ficará perdido em 63,97% das conversas atuais (estatística gentilmente cedida pelo ITA – Instituto Tiago de Amenidades). Aliás, se você não possui um perfil no Orkut (cara, na boa: se você ainda não sabe o que é o Orkut se mata!), você corre o sério risco de ser excluído de qualquer interação social.

Trate também de adicionar mais um verbo na sua lista de ações dialogais com outrem (sim, outrem foi só pra mostrar que eu sou culto, baby): além de falar, conversar, dialogar e outros que o valham, passe a usar o verbo teclar. Afinal de contas, o Windows Live Messenger (pois é, MSN já é expressão ultrapassada) está aí para isso.

LER (aos desavisados: Lesão por Esforço Repetido – eu tô muito exibido hoje!) não mais se desenvolve apenas nos pulsos por digitação constante ao teclado do computador. A mais nova ameaça à saúde consiste na LER no polegar por excesso de envio de torpedos pelo celular (eu conheço gente extremamente propensa a desenvolver essa mazela).

E aquela que deve ser a mais bizarra mania do nosso tempo: digitar no ar quando se fala sobre algo que se escreveu para alguém em um scrap ou no Messenger. Rolou uma identificação? Pois é, eu também não consigo evitar de dedilhar o nada quando falo de alguma conversa no âmbito virtual para alguém. Pega o doido!!!

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

O meu é maior que o seu

Inspirado pelo último post do Flows Inc., decidi dissertar sobre o movimento feminista e os enfretamentos entre os sexos atuais (não são os sexos que são atuais, os enfrentamentos que o são, os sexos são os mesmos desde que o mundo é mundo, a não ser que se considerem os transsexuais um novo gênero sexual – foco, Tiago, foco!). O mundo é machista? Sim! O mundo sempre foi machista? Sim, e pior do que é hoje! O feminismo trouxe mudanças? Sim! Ele trouxe melhorias? Sim! Mas também trouxe alguns comportamentos psicóticos e contraproducentes. Acho mais do que válido a mulher lutar por seu espaço no mercado de trabalho, pelo reconhecimento profissional, pela divisão igualitária das tarefas domésticas... e pronto! O problema do feminismo é que ele se transformou no exato oposto do machismo, uma ideologia de sobrevalorização da mulher frente ao homem. Igualdade entre os sexos jamais haverá! Homens e mulheres são diferentes e algumas dessas diferenças são saudáveis e necessárias. E esse papo de feminista radical de que “mulher não precisa de homem para ser feliz” é passar atestado de encruada. Quem não quer um companheiro para trazer aquele chazinho num domingo chuvoso aos 80 anos? Quem não precisa de alguém para comentar a droga do capítulo da novela de hoje? Ou quem não precisa de alguém, simplesmente, to have sex (não existem certas expressões muito melhores no inglês que não têm equivalente em português? Transar ficaria pesado aqui, ter sexo não rola e fazer sexo é triste – foco de novo, Tiago!)? Chega de baboseira! Mulheres precisam de homens, assim como homens precisam de mulheres (ou mulheres podem precisar de mulheres e homens podem precisar de homens). Acho que a grande conquista do feminismo foi acabar com os estereótipos de mulher dona-de-casa e homem provedor. O que não podemos é substituí-los por novos estereótipos, como o da mulher independente, bem-sucedida, deslumbrante, que não balança em cima de um salto agulha e não precisa de homem. Acho difícil ver uma dessas super-mulheres comemorando bodas de prata com aquele vibrador sensacional importado da Alemanha que é super fiel a ela. Na ânsia de sair debaixo da opressão machista, o feminismo acabou levando as mulheres à mais infantil e boba competição masculina: uma competição para medir quem tem o maior pênis, sendo o pênis feminino construído com todas as conquistas que as ditas mulheres independentes exigem de si mesmas e das outras.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Por que a galinha atravessou a rua?

Nada como dividir nossas loucuras com os outros para constatarmos que somos normais (ou não!). Vocês também têm vontade de atravessar uma rua movimentada quando ela está tranqüila, mesmo que já estejam na calçada em que devem estar? Eu me dei conta desse meu impulso irracional hoje, voltando pra casa por uma das ruas mais movimentadas aqui do bairro. Num raro momento de inexistência de carros passando enlouquecidos, eu quis atravessar a rua e lembrei: “Não, eu já estou do lado da calçada do meu prédio!” E não é que eu fiquei com vontade de atravessar do mesmo jeito? Criaturas, era uma sensação de “não perder a oportunidade” que quase me fez ir até a outra calçada só pra voltar depois. Ai, meu Deus! Relendo isso, até eu tô achando que sou louco! Prozac na veiaaaaaaaaaaaaaaa!!!

Continuando com os distúrbios psíquico-comportamentais, agora dei pra enlouquecer querendo descobrir quem são meus fãs novos do Orkut. Minha quantidade de fãs tem crescido nos últimos tempos e, toda vez que vejo um novo adepto à seita de adoração da minha pessoa, eu vou checar quem é o ser sem juízo que me tem como ídolo. O problema é que toda vez que olho acho que são as mesmas pessoas, não reconheço ninguém novo, e fico pirando o cabeção tentando lembrar quem não estava ali até pouco tempo atrás. Será que o alemão (Alzheimer) já me pegou (cuidado com as piadinhas porno-eróticas, hein)? Acho que é melhor eu cometer logo orkuticídio! Esse sitezinho do demo só traz complicação pra minha vida! Estressei! Lexotan na veiaaaaaaaaaaaaaaaa!!!

PS: Lucy, essa linha entre os parágrafos foi em sua homenagem! Isso aqui não é o Você Decide, mas ouve as opiniões dos internespectadores (morra - quero dizer, de novo - de inveja, Guimarães Rosa!!!)

sábado, 6 de janeiro de 2007

Alô, alô, marciano

Êêêêê!!! Primeiro post de 2007!! Spoc! Pow! Pum! (caso não tenha ficado claro, isso foram onomatopéias de fogos de artifício estourando) Acho que ficou faltando uma coisa no post passado: seja menos preguiçoso, escreva com mais freqüência um post novo. Mas deixemos as auto-recriminações de lado e passemos ao assunto de hoje. Fui ao Manaíra Shopping aqui em João Pessoa para assistir a “O amor não tira férias” com minha mãe, minha irmã e minha avó (minha porção Rubens Ewald Filho deve falar sobre o filme dentro em breve). Lá encontrei a já tradicional pista de patinação no gelo do centro comercial. Todo ano ela está lá na época de natal. E não é influência do quadro Dança no Gelo do Faustão (graças a Deus), o negócio vem de longe. E qual não foi minha surpresa (na verdade, eu dei uma gargalhada) quando vi um aviso em uma das laterais da pista: evite falar ao celular enquanto patina. Eu fiquei rindo e pensando: “Será que é realmente necessário colocar um aviso desses? As pessoas não têm o bom senso de fazer isso por conta própria?” Sim, pois, convenhamos, é um tanto ridículo a pessoa ficar patinando no gelo e falando ao celular. Foi então que lembrei que apelar para o bom senso das pessoas é um negócio arriscado. Ainda mais em se tratando de questões relacionadas ao celular. Sou só eu ou mais alguém acha doentia a relação que muitas pessoas estabelecem com seus aparelhinhos telefônicos móveis? E não estou falando de grandes empresários que dormem com seu Blackberry embaixo do travesseiro, esperando aquele e-mail da fábrica da China para saber se a repimboca da parafuseta vai chegar no prazo para aquele cliente do Canadá. Falo de pessoas comuns, que possuem uma necessidade normal do celular. Parece que não se consegue viver mais sem celular. Pessoas, a gente vivia muito bem sem eles até alguns anos atrás! Sim, concordo que eles são um grande avanço e uma mão na roda, mas não vamos transformar um acessório em item essencial de vida! Para continuar no tema, ia eu no ônibus do metrô em direção à praia de Ipanema e ouvi a conversa de duas mulheres sentadas. O assunto: o presente de natal das crianças. Então uma delas falou que Fulaninho queria um celular com câmera, mas eles (ela + marido) já o haviam dado no dia das crianças. É o seguinte: pro bem dos meus filhos, é melhor que eu não os tenha! Do contrário, eles serão aquelas crianças execradas e deslocadas, praticamente marcianas, únicas com noção e bom senso em meio a pirralhos mimados e sem idéia do que seja necessidade e valor. Pela hóstia consagrada, pra que um pirralho precisa de um celular com câmera? Para tirar fotos dos “miguxos” no colégio? Se até hoje eu não vejo necessidade em ter um celular com câmera, pra que um fedelho precisa, se não para estar na moda e ter um celular de última geração também? E assim as crianças crescem com concepções distorcidas sobre o valor e a necessidade de bens materiais, tornando-se consumistas vorazes para tapar o buraco nas suas vidas de coisas que realmente importam, como amizades e relações interpessoais significativas (olha eu de novo puxando brasa pra minha monografia). Esse é o meu problema: querer criar filhos conscientes e mentalmente saudáveis.