domingo, 14 de dezembro de 2008

Então é natal...

É tão bonita essa época, né? Fim de ano, luzes, decoração natalina. E a árvore da lagoa Rodrigo de Freitas? Já virou um cartão-postal do Rio. Iluminação belíssima, milhares e milhares de lâmpadas que se acendem e apagam formando desenhos diversos. Lindo, né?
Lindo porque não é você que precisa passar de carro pela lagoa no fim de semana! Jesus amado! Não dá, não dá, impossível! Ontem eu precisei fazer um movimento de rotação ao redor da Terra para fugir do engarrafamento na lagoa.
Alguém precisa avisar a Bradesco Seguros e Previdência desse anti-marketing: eu nunca vou fazer um seguro com eles só por causa da árvore da lagoa.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Bumerangue

Com a proximidade das festas de fim de ano, algumas chatices recorrentes se avizinham. Obviamente a pior de todas é a trilha sonora de Lojas Americanas e afins que não muda nunca: Simone cantando “Então é natal”. Garota de programa que teve um menino! Não dá pra mudar um pouquinho? Eu aposto quanto você quiser que nem a Simone escuta mais essa música nem amarrada. Eu digo mais: aposto que ela proibiu juntar as palavras “Então”, “é” e “natal” na mesma frase perto dela. Se ela não proibiu, eu vou proibir.
Falando em festividades, também vai se aproximando o carnaval (isquindô, isquindô) e mais uma piadinha recorrente: sempre tem aquele amigo babaca que gosta de brincar com quem diz que vai ver o desfile das escolas de samba e solta “Vai ver a Mangueira entrar, né?”. Originalidade zero, hein?
E aquela propaganda da Citroen (creio eu)? “Primeira parcela para primeiro de abril. Não é mentira, não!” É, bem que a piadinha poderia ser mentira, né?
É melhor eu nem começar a falar sobre as reportagens repetitivas que se repetem repetidamente nessa época, tipo aquela sobre os empregos temporários de fim de ano. É, a vida é um ciclo.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Extra! Extra!

Em algum dos telejornais da Globo (já não sei mais qual, pois assisto a vários e as organizações Globo adotaram a sustentabilidade como valor corporativo, pois as reportagens são recicladas e reaproveitadas em vários telejornais, inclusive da Globonews), eu vi uma matéria sobre como a crise americana está afetando os brasileiros que moram nos EUA (como se pudesse ser diferente e somente os brasileiros não estivessem sofrendo os efeitos da crise que a gente já tá careca de saber). Uma das entrevistadas era a dona de um salão de beleza que deu seu depoimento sobre como as americanas estão deixando de se depilar pra economizar. É, realmente essa crise está cabeluda.
Ainda no tema “reportagens que ninguém agüenta mais” (trema, seus dias estão contados), eu não posso ver mais uma notinha de rodapé sobre as enchentes em Santa Catarina. Não confundam minha revolta com falta de solidariedade, eu sempre fico pra morrer quando vejo as vítimas de enchentes, pois é o tipo de tragédia em que as pessoas perdem tudo o que têm e não há como recuperarem ou responsabilizarem ninguém por isso. Mas realmente deixaram de existir outras notícias por conta disso? O mundo inteiro parou? Estava assistindo ao Em cima da hora hoje e, após 20 minutos de matérias com enfoques diferentes sobre a mesma coisa, desliguei a TV. Hooker who gave birth! Foi uma viagem no tempo de volta à época do caso Isabela Nardoni.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Porque Narciso acha feio o que não é espelho

Comprovado sexta-feira passada: espelhos de salão de cabeleireiros têm defeito. Sério. Desde criança eu tinha a impressão de que meu corte de cabelo ficava meio “blergh” na cadeira do salão. Pior é quando o cabeleireiro vem mostrar com aquele espelho menor (o Robin que completa a dupla dinâmica) como ficou atrás. Aí você tem que ficar olhando o corte e olhar pra cara do cabeleireiro com aquele aceno de cabeça de lagartixa, mesmo que você não tenha gostado muito do corte (fazer o quê? Já cortou mesmo. Pedir pra pegar os cabelos no chão e colar com Super Bonder que eu não vou).
Mas eu sempre saía do salão com aquele sentimento de “não era bem isso que eu queria”. Sexta passada não foi diferente. Só que, ao entrar em casa, passar as mãos no cabelo e me olhar no espelho do meu querido banheiro, já achei que o corte ficou muito bom. Mas hein? Entre um espelho e outro não se passaram nem 5 minutos! Como assim, Bial?
Qual será o segredo? Será que os salões de cabeleireiro usam aqueles espelhos de parque de diversão que distorcem a imagem (aliás, coisa que só vi em desenho animado e filme americano até hoje – ô realidade tupiniquim sem graça!)? E qual será o intuito? Será que, após anos de estudos, descobriram que é melhor que o cliente tenha uma sensação de alívio e bem-estar no pós-compra ao chegar em casa do que sair do salão satisfeito e se decepcionar em casa, garantindo assim um retorno do cliente ao estabelecimento (epa! Olha a dissertação do meu mestrado em Marketing aí, gente! – faltou contratar o Neguinho da Beija-flor pra fazer a locução)?
Os motivos ainda estão por descobrir. Mas que os espelhos dos salões de cabeleireiro têm problemas, ah, isso têm!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Malhando quem malha

Pegando parelha (como se diz na minha terra) com bancos e metrôs, academias são ótimos lugares para se observar o bicho homem. Retomando minha experiência antropológica compartilhada com Lucy, the red, de categorizar os tipos humanos, trago a vocês, nobres leitores que preferem gastar seu tempo livre lendo minhas linhas a ler as do Paulo Coelho (será que eu mereço isso tudo?), três “catigurias” de gente que você encontra fácil, fácil numa academia de ginástica. Vamos colocar em tópicos que o negócio fica mais organizado (e o post fica parecendo maior – encher lingüiça é uma arte).
1. A patricinha fitness
Toda academia tem pelo menos uma: aquela garota rica e bem nascida, com genes que contribuem sobremaneira (sobremaneira é MARA!) para sua ótima forma física, e que vai para a academia só pra manter o status. Afinal, patricinha que se preze não pode não ir à academia, é exigência do clube ou tem sua carteirinha apreendida, nem que seja só pra fazer figuração. Chega, sempre com roupas de ginástica gritando de novas e combinando até com o cadarço do tênis, falando ao celular (sim, pois ela é chique e famosa e tem uma agenda atribuladíssima que exige sessões diárias de drenagem linfática, banhos de lama e um botox de vez em quando que botox tá na moda), com o cabelo impecável numa escova de chocolate suíço com avelãs descascadas por freiras cegas dos conventos da Dinamarca e fica desfilando de um lado para o outro, saudando com aquele sorriso amarelo e cara de nojo algum plebeu com quem ela decidiu falar. Prender o cabelo jamais, pois marca. E usar xuquinha, frufru, presilha, piranha ou seja lá o nome do prendedor de cabelo é coisa de classe média. Dá uma malhadinha básica só pra cumprir o ritual, sempre cuidando para não suar, pois suor é coisa de proletariado. No fim, ela sai da academia, linda, loira e japonesa como entrou, sem uma gota de suor e um fio de cabelo fora do lugar.
2. O narciso bombado
Esse é o tipo mais comum. É aquele cara que você tem vontade de perguntar: “Você quer ficar a sós com o espelho?” Sim, pois ele se olha com uma admiração, medindo os ganhos milimétricos de músculos da penúltima série de exercícios para a última, que beira o assédio sexual. Pára em frente ao espelho e se olha de cima abaixo, levanta a camisa pra dar um confere nos abdominais sarados, dobra o tronco para um lado e para o outro para forçar ainda mais o tanquinho (ou, dependendo do caso, a máquina de lavar roupa Brastemp com sexto sentido que tira mancha do colarinho sem esfregar), contrai os braços para o tríceps saltar. Juro que eu presto atenção pra ver se ele solta pra si mesmo: “Oi. Você vem sempre aqui?”
3. O lutador de espelhos
Esse é o mais cômico. É aquele cara que, mesmo sem nunca ter feito uma aula de boxe na vida (e algo me diz que é o caso da maioria), adora ficar parado na frente do espelho entre uma série e outra dando socos no ar, ganchos de direita, ganchos de esquerda, cruzados e et cetera, no melhor estilo Rocky Balboa. Eu fico olhando e tentando adivinhar o tipo de droga que a mãe usou quando estava grávida.

Se você também costuma ver esses e outros tipos na sua academia, deixe seu depoimento, divida sua dor com a gente. Afinal, se eles acham que podem fazer essas coisas em público, por que nós não podemos fazer uma terapia em grupo virtual?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vizinho do capeta

Às vezes eu tenho certeza que vou pro inferno. Juro. Em uma das minhas idas ao supermercado, eu fiquei atrás de uma senhora na fila dos frios que eu juraria se tratar da Ruth Romcy se ela já não tivesse batido as botas (e lá vou eu carimbando meu passaporte pro inferno de novo). A velhinha pediu alguma coisa e uma fatia de queijo provolone pra comer na hora pra matar o desejo. O atendente perguntou quanto ela queria de queijo provolone e a Ruth disse de novo que queria apenas uma fatia pra comer na hora que ela estava com desejo. E ainda olhou pra trás e deu um sorriso dizendo: “Deu um desejo de queijo provolone”. Minha mente maquiavélica já pensou: “Tá grávida, gata?”
Inferno, certeza. Sem escala.

Novos tempos

Após mais de 4 anos, a Sala de Justiça muda de endereço. Como o UOL não dá muita liberdade de configurações para os blogs, agora a Sala de Justiça está no Blogspot. Por enquanto, são só os melhores posts do endereço antigo (o que é uma boa oportunidade para vocês lerem o que ainda não tinham lido), com o tempo eu trago o restante. É nóis na fita e os prêibói no DVD (só pra terminar com uma piadinha)!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Como compor uma música emo em 4 lições

Quer ser o próximo sucesso das paradas? Quer cantar no Domingão do Faustão com a platéia cheia de adolescentes se esgoelando por você? Quer fazer das roupas pretas, dos cabelos desgrenhados caindo nos olhos, dos piercings, alargadores e tatuagens um estilo de vida? Seus problemas acabaram!
Aqui vai a fórmula simples e infalível para se tornar a próxima banda emo de sucesso. Claro que as habilidades musicais e vocais (discutíveis) ficam por sua conta, mas como compor um sucesso emo eu ensino aqui em 4 fáceis lições. Tome nota:
1- Fale de coisas do coração, como um amor que acabou ou os sentimentos ruins que as pessoas cultivam.
2- Esqueça a rima. Música emo boa não rima.
3- Escreva mais palavras por verso do que a melodia suporta. Quanto maior a sensação de correr com as palavras pra caber tudo no verso, melhor.
4- Não se preocupe muito com a melodia. A música não precisa ter uma melodia com ritmo facilmente identificável.
Pronto, você tem um sucesso emo nas suas mãos. Agora é só caprichar no mousse de cabelo.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Senta que lá vem a história

Além de todos os outros usos e funções (como ser o reduto da miguxidade e dos fotologs de emos exibindo suas franjas milimetricamente lambidas sobre a testa), a internet virou o grande disseminador de lendas. Eu mesmo já recebi uma boa dose de e-mails contando aquelas histórias que você não sabe se são reais ou vizinhas da Branca de Neve e da Cinderela.
Uma delas é a de que o Kuat causa câncer até em ponta dupla de cabelo. Como bom cético prevenido que sou, fiz logo uma pesquisa na “internê” (Google, essa entidade constante na minha vida) para descobrir se o “causo” tinha embasamento. Logo descobri que se tratava de um saci pererê virtual.
Outro grande clássico é o e-mail solidário, aquele Criança Esperança da Internet. Sabe como é? Aquele “a cada e-mail enviado a Fulana da Silva (sempre um nome de criança bem carismático) recebe R$ 0,10 para o tratamento da sua leucemia mielóide aguda”. Já fiz também a devida pesquisa pra constatar que isso é uma grande bullshit.
O caso que gera maior polêmica é o famoso caso do carro que tem alergia a sorvete de baunilha. Não conhece esse clássico? Então você precisa conhecer: http://www.baguete.com.br/colunasDetalhes.php?id=2840 . Apesar das várias referências ao caso em sites até sérios (como esse), eu ainda tenho minhas dúvidas se isso é verdadeiro. É um caso surreal demais.
Agora se eu receber um e-mail contando uma história de alguém que foi prontamente atendido pelo SAC de alguma empresa brasileira que resolveu o problema com toda a atenção e sem usar gerúndios em todo o atendimento, eu afirmarei categoricamente: É MENTIRA!!!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Rapidinhas

- Em letras garrafais, no vidro traseiro de um Chevette: DEUS É FIÉL. Tomara que ele não seja fiel à gramática.
- Mais um prêmio ironia para o SBT: no Cine Belas Artes (frise-se novamente o “Belas Artes”) foi exibido o filme “Clube dos Pervertidos” (preciso desenhar o enredo?). É tipo fazer um programa chamado “Clássicos da Bossa Nova” e exibir um episódio sobre o “Créu”.
- Aproveitando o clima de eleições, não posso deixar de comentar: havia um candidato à prefeitura de Goiânia chamado Sandes Júnior. Fico imaginando qual seria a musiquinha do jingle de campanha dele... “Abre a porta, Mariquinha”?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Para americano ver

Desculpem o trocadilho do título, mas é que a notícia me deixou profundamente indignado. A Federação Nacional dos Cegos dos Estados Unidos está organizando protestos contra o filme Ensaio Sobre a Cegueira, de Fernando Meirelles, baseado na obra homônima de José Saramago. "O filme mostra os cegos como monstros e eu acho que isso é uma mentira", disse Marc Maurer, presidente da Federação. Segundo a associação, o filme firma estereótipos falsos, como que os cegos não conseguem cuidar de si mesmos e estão sempre desorientados. "Nós temos uma taxa de desemprego de 70% e outros tipos de problemas sociais porque as pessoas acham que nós não podemos fazer as coisas, e o filme não vai ajudar o nosso caso", disse Christopher Danielsen, um porta-voz da organização*.
Descontada a minha veneração por Saramago e toda a sua obra, em especial essa, que eu ainda acho ser seu melhor livro, e minha recém-adquirida admiração pelo Fernando Meirelles, após ver que o trabalho fenomenal de Cidade de Deus e o de Ensaio Sobre a Cegueira não podem ser coincidências, passemos aos fatos. Em primeiro lugar, os membros da Federação ignoram o fato de que há um grupo de cegos no filme e no livro que mantêm sua humanidade. Aliás, eles se mostram mais humanos justamente porque perderam a visão e são claramente retratados como os “mocinhos” da história.
Mesmo que não houvesse isso, o que os membros de tal Federação querem alegar? Que, pelo fato de serem uma minoria ou serem desprivilegiados de alguma forma, eles não podem ser retratados de maneira negativa? Se é assim, o próximo passo será banir de toda e qualquer obra cinematográfica e literária (sim, pois o livro existe há mais de 10 anos, fato que a tal Federação parece ignorar) personagens de minorias com características negativas: não será mais permitido haver negros traficantes, gays assassinos, ladrões pobres, mulheres frágeis e incapazes. Todas as minorias terão que ser retratadas apenas como os heróis, personagens perfeitos e infalíveis. Saibam desde que já que os “bandidos” serão sempre homens, brancos, de boa condição financeira, heterossexuais, sem nenhuma deficiência física, não judeus (afinal, eles já foram tão perseguidos também).
O assassino de um braço só de O Fugitivo? Esqueçam. Deficientes não podem ser assassinos. Joguem no lixo O Silêncio dos Inocentes e um dos personagens mais brilhantes e marcantes do cinema, Hannibal Lecter, ou alguma federação GLBT pode implicar. Incinerem o próprio Cidade de Deus, cheio de negros pobres ladrões, traficantes e assassinos (Fernando Meirelles deve mesmo odiar as minorias).
Quanto à alegação de que os cegos são retratados como pessoas desorientadas que não sabem se virar sozinhas, eu pergunto: o que deveria se esperar de pessoas que perdem a visão de repente, vítimas de uma epidemia inexplicável? Ainda mais quando todos ao seu redor começam a cegar também. Os “cegos da vida real”, mesmo quando desenvolvem habilidades para se virar sozinhos, acabam precisando de ajuda para uma coisa ou outra. Sempre vejo pessoas ajudando cegos a atravessar a rua, a entrar no metrô e sair dele. E não vejo nenhum problema nisso. Sei que a minha posição como alguém de saúde perfeita é muito confortável, mas sempre achei que a maior prova de humildade é saber reconhecer quando se precisa de ajuda. A maior soberba é achar que você não precisa da ajuda de ninguém, mesmo quando não se tem nenhuma deficiência.
Já fui contra o politicamente correto aqui neste blog várias vezes, mas sempre em tom de brincadeira, falando de como programas humorísticos eram mais livres e escrachados quando não reinava o guia de bons modos em relação aos sentimentos de minorias. Mas ver que querem levar o politicamente correto à última instância sobre obras artísticas me deixa profundamente preocupado com o futuro da liberdade criativa, do pensamento artístico, da liberdade de expressão. Tal posição da Federação Nacional dos Cegos dos Estados Unidos me parece de uma visão extremamente obtusa, mesmo para cegos.
*extraído de: http://www.omelete.com.br

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

!!!

Das duas, uma: ou eu sou uma das poucas criaturas com a devida preocupação quanto ao uso escorreito (tá bom, o escorreito foi só pra me mostrar) dos elementos da escrita ou eu tenho que arranjar mais o que fazer. Eu tenho uma angústia recorrente quanto ao uso exagerado do ponto de exclamação. Quando eu aprendi Português na Alfabetização com a tia Carminha (mentira, eu não tive uma professora de Português chamada Carminha – tive uma de Inglês, que, por sinal, é uma lenda no meu colégio –, mas é que Carminha é tão nome de professora de Alfabetização), me ensinaram que o ponto de exclamação serve pra dar ênfase a uma frase, pra mostrar que você está praticamente gritando aquilo. Aí eu vejo neguinho usando exclamação até pra escrever as horas e fico preocupado com o futuro do ponto final. É que a banalização do uso da exclamação chegou a tal ponto (não o de exclamação, ponto mesmo, tipo momento) que o ponto final (sim, o da pontuação) está perdendo espaço, sumindo das frases, orações e períodos (você se lembra da diferença? Chama o Pasquale). Exagero? Podem ver. Dêem uma olhada na sua página de recados do Orkut. O ponto de exclamação reina absoluto, até nas frases mais feijão-com-arroz. Como diria minha amiga Lucy, banalizou, banalizou, virou Brasil! (viram? Eu usei uma exclamação aqui para demonstrar que essa é uma frase com ênfase, uma frase cheia de indignação)
Fora que eu aprendi que só se pode usar no máximo 3 exclamações juntas. Mas neguinho, não satisfeito em colocar exclamação até em receita de bolo da vovó, ainda tasca umas 8 exclamações juntas, isso quando não precedidas de uma vogal estendida, tipo: Que sumpimpaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!! NÃO DÁ!!! (reparem no número de exclamações utilizadas: 3) Vogal estendida com excesso de exclamação é o cúmulo da miguxidade! Mas não voltemos ao tema da vogal estendida, isso já foi assunto em outro tópico. Atenhamo-nos (eita que agora até eu me assustei!) apenas ao problema da exclamação, ponto. (trocadilho escrito, sacaram? Hã? Hã?!)
Será que eu tô ficando doido de me preocupar com isso? O que pensaria Machado de Assis, se não tivesse morrido há 100 anos? Ai, meu Deus! Eu preciso de um terapeuta que atenda na Academia Brasileira de Letras!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Insuportável mundo novo

Vocês também caíram no conto das facilidades da vida pós-moderna e tecnológica que vieram para... bem, para facilitar nossa vida? Ótimo, não estou só no mundo! Ou então sou muito noiado mesmo. Para acessar minha conta do banco pelo Internet banking, eu preciso digitar minha senha, digitar uma frase secreta e ainda digitar outra senha do cartão chave de segurança. Se essa via crucis digital não fosse suficiente, eu ainda digito a frase secreta – com mais de uma dezena de caracteres – no teclado virtual do site. É, aquele mesmo, com letrinhas miúdas que mudam de lugar e que você tem que sair catando com o cursor do mouse. E tome cuidado para não clicar na letra do lado! Toda vez que termino de digitar minha senha, eu começo a buscar as letrinhas separadas no teclado virtual e recebo a mensagem: “Você pode utilizar o teclado virtual ou o convencional para digitar sua frase secreta”. Mas eu fico lá, cornamente procurando as letras naquele teclado virtual. Agora pensem comigo: se eles exigem que a senha seja digitada no teclado virtual, então é porque ele é mais seguro do que o teclado convencional, correto? Se é assim, eu prefiro não correr o risco de utilizar o convencional pra digitar minha frase secreta. É só na minha cabeça noiada que isso faz sentido?
Cartões virtuais são outra coisa que perdeu sua utilidade e agora existe só pra atazanar nossa vida. Lembram como era legal receber um cartão virtual todo animadinho nos primórdios do advento da Internet? Pois é, esqueçam essa emoção. Eu, pelo menos, não me atrevo a abrir um cartão virtual, nem que o remetente diga que é da Ivete Sangalo! E eu tenho tanto medo do vírus-que-vai-comer-seu-HD-queimar-o-monitor-derreter-a-memória-e-ficar-enviando-uma-corrente-diariamente-pro-seu-e-mail-pro-resto-da-vida que fico preocupado só em receber o danado do cartão, mesmo sem abri-lo e deletando-o-o-o assim que o recebo-lho (próclise? Mesóclise? Ênclise? Chama o Pasquale!).
Aliás, o próprio e-mail surgiu pra facilitar nossa vida e a comunicação. Mas é óbvio que as mentes maquiavélicas logo encontraram um novo uso para ele: CORRENTE ENVIATOR TABAJARA. Sim, pois, na época da boa e velha carta, você tinha que ser muito corno pra ficar redigindo 15 cópias para evitar que seu cachorro morresse atropelado, sua mãe tivesse um AVC fulminante e você descobrisse que seu prédio foi construído pelo Sérgio Naya. Ou, pelo menos, o fariseu teria que desembolsar uma graninha em xerox. Mas agora? Bastam uns cliques e você manda esse belo presente por e-mail para 30 amigos fácil, fácil.
Qual será a próxima inovação tecnológica que vai ajudar a infernizar nossa vida em breve?

domingo, 10 de agosto de 2008

Ela virá

Cansado da brancura de suas paredes, foi à varanda. Sempre teve por hábito gastar uns bons minutos ali, a contemplar os carros que passam, as pessoas que caminham, as cores que mudam no horizonte ao pôr-do-sol. Observação que já se deu em diversas altitudes: a perspectiva variava conforme o número do botão do elevador que precisava pressionar para chegar a sua casa, substantivo que ou se esvaziou de sentido ou abrangeu novos, tudo é uma questão de ponto de vista, em tempos nos quais apartamentos são mais comuns e numerosos do que casas propriamente ditas. Sempre foi um garoto de apartamentos.
A noite tinha algo de especial, céu limpo. Poucas estrelas e nenhuma nuvem. A falta de nuvens era de se estranhar após dias tão chuvosos, mas a ausência de estrelas era comum. Sempre gostou da vida nas grandes cidades, mas se tornava um tanto bucólico ao lembrar dos céus apinhados de estrelas de paragens menos tomadas por asfalto e holofotes. Continuou a observar o céu e começou a pensar que talvez a culpa não fosse das luzes da cidade. Talvez todos tenham decidido tirar folga naquela noite: nuvens, estrelas, cometas. Até mesmo aviões. Deu-se conta de que não vira um avião sequer em todo o seu momento de contemplação. Vai ver até os céus precisam de descanso, pensou. O frio não lhe incomodava, não era intenso, como se fosse uma bela dama a acarinhar-lhe braços, pernas e rosto com as mãos, mas sem abraçá-lo com força.
As ruas também careciam de movimento. Quase nenhum carro cortava as avenidas que conseguia ver da sua torre de observação. Foi então que percebeu que a quietude era plena, tomava céus e terra. Era como se tudo se encontrasse em repouso, às vésperas de algo por acontecer.
Num arroubo egocêntrico, achou que o mundo estava embebido na sensação que lhe tomava por dentro. Em pé, cotovelos apoiados no parapeito, via o mundo. Mas, na verdade, estava ali para que o mundo o visse. Queria sair do anonimato de seu quarto, da discrição de seu apartamento, do desconhecimento de sua rotina. Queria ser visto, ser ouvido, ser tocado. Queria a emoção, a ansiedade, a vontade, as decepções e, principalmente, as conquistas. Estava ali em busca de uma vida que sabia ser sua, só não estava com ele ainda. Andava por aí, perambulando pelas ruas fazendo sabe-se lá o quê, desperdiçando o tempo de ambos. Faltava apenas que se encontrassem, ele e a vida que era pra ser sua. E estar ali, simplesmente parado na varanda, parecia diminuir a distância entre eles.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Quem dá aos pobres...

Fato: felicidade alheia incomoda. Mas vamos combinar que há momentos em que a pessoa tem todo o direito de ser amargurada e desejar todo o mal aos casais felizes que esfregam sua joie de vivre (alegria de viver em francês – nóis é chique, benhê!) na nossa cara nos piores momentos possíveis.
Eu já tinha experimentado semelhante sentimento de ódio ao sorriso alheio quando uma vez, meses atrás, eu fiquei preso em uma fila de caixa de supermercado atrás de um casal de namorados se beijando apaixonadamente. O pior é que eram aqueles mini-beijos estalados (Ô ódio!). In the name of the Lord! Mini-beijos estalados ninguém merece! É irritante demais!
Pois no fim de semana passado eu me vi em situação semelhante: preso na fila do ônibus do metrô atrás de um casal mega apaixonado e fofolete. Esses não davam mini-beijos estalados, mas ficavam esfregando o nariz um no outro de olhos fechados, com movimentos lentos da cabeça. Ódio duplo!
Foi então que entendi que a agravante da história toda é, além de você estar vendo gente amando e beijando na boca enquanto você não está, ver gente feliz da vida enquanto você está fazendo algo extremamente chato e sacal, praticamente a definição de “fila”. Procura lá o verbete no dicionário que você vai encontrar.
Sim, porque uma coisa é você estar na maior dor de cotovelo em um show do Djavan sozinho enquanto variados casais se abraçam e sacodem o corpinho ao ritmo da música juntinhos. Você está na merda, mas tem o show pra te distrair. Você presta atenção nas trancinhas do Djavan e abstrai a felicidade alheia. Mas numa fila? Você vai fazer o quê, pela hóstia consagrada? Acho que vou começar um tratamento de choque: quando me encontrar em outra situação dessas, vou chegar pro casal e dizer “É o seguinte, ou vocês param de contar dinheiro na frente de pobre ou vão ter que repartir comigo”. É a reforma agrária do beijo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Atire primeiro, pergunte depois

Hoje é dia de falar de assunto de gente grande aqui. Eu tentei ficar nas amenidades, mas os recorrentes erros da polícia carioca não me deixaram passar batido pelo assunto. Acho que não preciso nem me deter em falar o que houve, todos sabem que a polícia anda atirando no que vê e acertando no que não vê. Ou pior ainda, atirando no que nem vê, como no caso do garoto de 3 anos metralhado dentro do carro com a mãe. Os policiais sequer viram quem estava dentro do carro e já saíram metendo bala.
Lamentável foi ver um “especialista” em segurança falando no Jornal Hoje que o problema é que o carro tinha películas muito escuras no vidro, por isso a polícia não pôde ver quem estava dentro. Pior: disse que as pessoas colocam esse tipo de película justamente para se proteger da ação dos marginais, que, sem saber quem e quantas pessoas estão dentro do carro, ficam mais reticentes em tentar algo, mas que é um risco porque também a polícia não consegue ver quem está dentro. Ora, se não consegue ver, não atira! Agora a lógica se inverteu? Nós que temos que evitar que a polícia atire em nós? Eu agora sou responsável pela arma na mão do outro? E um outro que deveria me proteger!
Mais lamentável ainda foi ver o Secretário de Segurança do Governo do Rio de Janeiro declarar que os policiais têm sim que atirar quando forem recebidos a tiro, sugestão que foi seguida à risca pelos policiais num caso de roubo de carro que terminou com a morte do dono do carro, que estava, imaginem vocês, dentro do carro com os ladrões. Sim, porque o seqüestro relâmpago é uma modalidade de crime nova no Brasil e ninguém sabe que, juntamente com os bandidos, pode haver uma vítima dentro do carro! E disse o Secretário que não vai abandonar a política de enfrentamento dos bandidos. Senhor Secretário, pedir que os policiais sejam prudentes não é pedir que sejam passivos e permissivos. Não estamos pedindo cafuné na cabeça dos bandidos, apenas que a polícia não saia atirando sem saber se há vítimas inocentes na linha de tiro. Se a autoridade competente para instruir a forma como a polícia deve agir acha que está tudo bem essa festa da bala, então está tudo perdido mesmo.
Agora ficamos assim: se não se morre na mão dos bandidos, morre-se nas mãos da polícia ou de seguranças armados de filhos de promotoras. A pergunta que fica é: e como se vive assim?

terça-feira, 27 de maio de 2008

Vacina Constanza Pascolato

Eu e minhas teorias estapafúrdias: começo a achar que a breguice é um vírus que todos nós pegamos a alguma altura da vida. O negócio é que alguns criam anticorpos e adquirem resistência, outros não.
Formulei essa teoria ao ver um carro – aliás, não “um carro”, pois não era um Fusca ou um Uno (perdão se você juntou seu salário suado para comprar um Mille bacaninha, mas é que eu precisava de um objeto de comparação para dramatizar a coisa), era um Audi – com 2 adesivos no vidro traseiro. Hoje eu abomino todo e qualquer adesivo em vidros, lataria e qualquer outra parte de automóveis, mas já fui um forte adepto de adesivos. Não só adesivos como também aqueles bonequinhos medonhos com ventosas que ficavam pinando no vidro do carro. O nosso era um Garfield, a quem interessar possa.
Tudo bem que todas essas abominações das quais eu era tão fã ocorreram na época em que eu era um pequeno infante fã da Xuxa – se você cresceu nos anos 80 e disser que nunca gostou da Xuxa, eu vou dizer que você não teve infância – e criança não tem gosto, tem desgosto, mas os outros habitantes da minha residência também “custiam” essas bizarrices e eram bem mais velhos. E também estão livres do vírus da breguice hoje em dia.
Fora outras manchas no meu passado, como as camisas de viscose estampada que eu já revelei aqui mesmo nesse blog que vos fala que eu usava. E adorava. Detalhe: era minha própria mãe, esse ser que tanto exalto post sim, outro também, quem fazia as camisas e me dava para usar. A prova cabal de que a breguice é um vírus que não escolhe vítima ao qual podemos criar resistência.
Por isso eu ainda tenho esperança quando vejo um carro cheio de adesivos, uma criatura usando listras com estampa, roupas com brilhos ao meio-dia, gente dirigindo um Golf último modelo de janela aberta com o som truando um forró ou um funk ou com aqueles néons azuis embaixo do carro (acreditem, isso já aconteceu comigo). O problema é que, para algumas pessoas, o vírus da breguice parece ser um retrovírus, tipo uma gripe que se apresenta cada vez como um vírus diferente e não deixa o sistema imunológico do infeliz dar cabo dele. Mas vamos ter fé. A desgraça é se o vírus da breguice também for transmitido pelo Aedes Aegypti, pois ninguém parece conseguir dar cabo do desgramado (que o diga o César Maia)! Jesus, põe a mão!

domingo, 18 de maio de 2008

Uma coisa Hollywood de ser: mensagem escondida depois dos créditos finais

Eu andava meio desiludido, cabisbaixo, macambúzio e sorumbático com meu blog (deixei o tio Aurélio Buarque de Holanda orgulhoso agora, hein?). Foram quase 2 meses sem postar, mas dia das mães é covardia e eu não podia deixar de escrever qualquer coisa, nem que fosse um post preguiçoso de quem não fez uma força maior para escrever algo diferente do que já escreveu trocentas vezes (que foi o que eu postei).
Mas estou de volta em grande parte por causa do animus escrevendi que minhas novas leitoras me deram. Como eu sou bocão mesmo, eu dou logo nome aos bois: Ana e Laís. E também a minha velha amiga Val, que deixou um recadinho Rambo V no penúltimo post.
Bom, explicações e sentimentalismos à parte, voltemos às atividades.
Ó só, quando disserem pra você que se compra de um tudo no Saara do Rio de Janeiro (para quem não assistia à novela com a Taís Araújo e o Lázaro “Foguinho” Ramos: Saara é um centro comercial popular do Rio de Janeiro, um grande camelódromo, a verdade é essa), pode acreditar! Em uma visita minha ao antro das chamadoras de “Ném”*, eu vi uma maquininha de sorvete com um cartaz de preços. Mas qual não foi a minha surpresa ao ver ali, em meio às casquinhas simples e duplas, um dia da semana sendo vendido assim, levianamente: estava lá, para todo mundo ler, com preço (que eu esqueci, falha grave) e tudo, “Sunday”. Rapaz, até dia da semana eles vendem no Saara! E ainda há quem diga que não se recupera o tempo perdido! Gastou um domingão lavando o carro ou levando a sogra ao aeroporto? Vai no Saara que você o compra de volta, assiste ao jogo do Parmêra, do Curíntiã (licença, Lucy) ou do Framengo, vê umas bundas e uma desgraça alheia no Gugu e atura o Faustão interrompendo até pronunciamento do presidente da República.
* O que vem a ser “Ném”? Bom, isso é uma epidemia que se espalha pelo Rio de Janeiro, mais do que a dengue e sem direito a tenda de hidratação. É uma expressão que as... bem, as... as mulheres (geralmente) de baixo poder aquisitivo, digamos assim, usam para se dirigir a qualquer pessoa indiscriminadamente. Se há alguma lógica por trás disso, creio eu ser um diminutivo para “neném”. Vou descrever uma cena para vocês que vai dar a dimensão exata da coisa: um amigo entra em uma loja do Saara e começa a olhar os produtos, então chega a vendedora com um “xóstinho” de Lycra, um top também de Lycra com o bucho de fora, arrastando um par de Havaianas enfeitadas com miçangas e uma caneta prendendo o cabelo (Bic Cristal, muito provavelmente) e pergunta: “Posso ajudar, Nem?” Jesus, toma conta!
Fontes de pérolas também são o MSN e o Orkut. Aliás, a Internet como um todo, pois, desde que inventaram o internetês, aqueles e-mails recorrentes das pérolas do ENEM são fichinha perto das barbaridades gramaticais que se encontram na World Wide Web (fale World Wide Web 3 vezes seguidas com a boca cheia de farofa sem cuspir! World Wide Web, World Wide Web, World Wide Web!!! Pedimos perdão à nossa audiência sentada na primeira fileira). Eu acho que deveria existir uma licença mensal a ser concedida para as pessoas poderem ter acesso à rede mundial de computadores. Todos os meses os internautas teriam que fazer uma provinha básica de Português com professores Pasquales virtuais da vida para poderem continuar acessando a “internê”.
Mas depois desse desabafo todo foi que eu me dei conta de que o que tenho pra comentar sobre frases colhidas na Internet não tem nada a ver com erros de escrita. Aliás, um deles até tem erro de semântica, mas não de morfologia ou sintaxe (sim, isso aqui virou uma gramática agora. Ninguém merece!). Uma pérola ótima que pesquei há algum tempo foi uma frase de MSN (que eu tenho plena certeza que a pessoa não lerá aqui, não se preocupem, leitores fiéis, que eu jamais causarei constrangimento a vocês, mesmo que anonimamente). Ao lado do nome da criatura, vinha aquela mensagem pessoal: Quando menos esperamos nos deparamos com o imprevisível. Por favor, me ajudem: fui eu que assisti aulas demais de Português ou há como ser diferente? Dá para esperar o imprevisível?
Outra coisa insuportável é a mania da extensão das vogais finais em mensagens eletrônicas. Para toda e qualquer coisa. Tipo as pessoas que conversam com seus miguxos no MSN ou deixam recados no Orkut assim: Juraaaaaaaaaaaa? Verdadeeeeeeeeeee? Fala sérioooooooo!! Mas não precisa ser num momento de espanto ou extrema alegria porque vai haver um novo show do RBD para pessoas serem pisoteadas! NÃO!!! Pode ser até ao passar uma informação banal, tipo: “Vou tomar banhooooooooooo”, ou “Tá chovendooooooooo”, ou “O Lula falou uma merdaaaaaaaaaaaa” (tipo, coisas corriqueiras). Minha vontade é dizer pra esses seres: “Passe amanhããããããããã!!!”
Como prêmio para quem teve a paciência de ler tudo isso até o final, aqui vai uma informação vital: hoje, o “Enquanto isso, na Sala de Justiça” completa 4 anos de existência! Eeeeeeeeeeee!!! Parabéns para mim, que consegui encher 4 anos (com certos períodos de ausência, motivados pela falta de audiência muitas vezes) com variadas besteiras e algumas mensagens relevantes para o amadurecimento da humanidade.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Por uma programação visual dos corpos

É incrível como eu me aflijo até com os problemas mais sem futuro. Hoje eu observei, em 2 pessoas diferentes, a falta que faz um manual de design gráfico para tatuagens. Não me refiro nem aos desenhos, pois aí já entra uma questão de gosto pessoal e gosto vocês sabem, né? Cada um tem o seu (eu me recuso a repetir aquele dito popular infame). Eu falo de saber onde tatuar alguma coisa.
Vocês também acham que algumas tatuagens, dependendo de onde são feitas, parecem que caíram ali na pessoa? Tipo uma cagada de pombo, que veio do céu e a pessoa não pôde escolher o lugar. Aquela tatuagem que parece perdida do meio do corpo, que faz você pensar que o tatuador estava bêbado e tatuou a segunda pessoa que ele estava vendo em vez da primeira.
Hoje eu vi um cara com um tatuagem no meio do trapézio (àqueles que não freqüentam academias e não são obrigados a conhecer nomes de músculos, aqui vai a explicação: trapézio é o músculo que liga o pescoço ao ombro). Eu olhei e achei aquilo um ascinte à programação visual. Como diria minha professora da faculdade, “deu uma vontade de mexer”.
Equivalentes são aquelas tattoos (pra ficar mais moderninho) no meio da barriga ou no antebraço, naquela parte que não é dentro nem é fora, ou na lateral interna da coxa. Enfim, há lugares que parecem não ter sido feitos para serem tatuados. Mas neguinho insiste e fica parecendo que está torto, tipo um quadro fora de esquadro na parede.
Agora, que tal também fugir do lugar-comum na hora de fazer uma tattoo? Mesmo nos lugares visualmente feitos para isso. Diga não à tatuagem de teia de aranha no cotovelo! Diga não à tatuagem de estrela na nuca ou no pulso, ao dragão nas costas, às duas asas nas costas, ao escorpião na virilha, à cara de índia no braço ou na lateral do tronco (aliás, tatuagens de cara de índios deveriam ser abolidas de vez, na minha opinião humilde e de pele limpa).
Depois de escrever tudo isso, eu me pergunto POR QUE DIABOS eu escrevi tudo isso! Não faço nem planos de fazer uma tatuagem! Não que não ache bonito, algumas considero até bem simpáticas, mas a questão de ser algo permanente que vai causar uma dor estúpida pra fazer e outra maior ainda pra tirar, se assim eu o quiser, me faz pensar que, se fosse pro ser humano ter desenhos, a gente teria parentesco com a zebra, não com o macaco.