quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Extra! Extra!

Em algum dos telejornais da Globo (já não sei mais qual, pois assisto a vários e as organizações Globo adotaram a sustentabilidade como valor corporativo, pois as reportagens são recicladas e reaproveitadas em vários telejornais, inclusive da Globonews), eu vi uma matéria sobre como a crise americana está afetando os brasileiros que moram nos EUA (como se pudesse ser diferente e somente os brasileiros não estivessem sofrendo os efeitos da crise que a gente já tá careca de saber). Uma das entrevistadas era a dona de um salão de beleza que deu seu depoimento sobre como as americanas estão deixando de se depilar pra economizar. É, realmente essa crise está cabeluda.
Ainda no tema “reportagens que ninguém agüenta mais” (trema, seus dias estão contados), eu não posso ver mais uma notinha de rodapé sobre as enchentes em Santa Catarina. Não confundam minha revolta com falta de solidariedade, eu sempre fico pra morrer quando vejo as vítimas de enchentes, pois é o tipo de tragédia em que as pessoas perdem tudo o que têm e não há como recuperarem ou responsabilizarem ninguém por isso. Mas realmente deixaram de existir outras notícias por conta disso? O mundo inteiro parou? Estava assistindo ao Em cima da hora hoje e, após 20 minutos de matérias com enfoques diferentes sobre a mesma coisa, desliguei a TV. Hooker who gave birth! Foi uma viagem no tempo de volta à época do caso Isabela Nardoni.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Porque Narciso acha feio o que não é espelho

Comprovado sexta-feira passada: espelhos de salão de cabeleireiros têm defeito. Sério. Desde criança eu tinha a impressão de que meu corte de cabelo ficava meio “blergh” na cadeira do salão. Pior é quando o cabeleireiro vem mostrar com aquele espelho menor (o Robin que completa a dupla dinâmica) como ficou atrás. Aí você tem que ficar olhando o corte e olhar pra cara do cabeleireiro com aquele aceno de cabeça de lagartixa, mesmo que você não tenha gostado muito do corte (fazer o quê? Já cortou mesmo. Pedir pra pegar os cabelos no chão e colar com Super Bonder que eu não vou).
Mas eu sempre saía do salão com aquele sentimento de “não era bem isso que eu queria”. Sexta passada não foi diferente. Só que, ao entrar em casa, passar as mãos no cabelo e me olhar no espelho do meu querido banheiro, já achei que o corte ficou muito bom. Mas hein? Entre um espelho e outro não se passaram nem 5 minutos! Como assim, Bial?
Qual será o segredo? Será que os salões de cabeleireiro usam aqueles espelhos de parque de diversão que distorcem a imagem (aliás, coisa que só vi em desenho animado e filme americano até hoje – ô realidade tupiniquim sem graça!)? E qual será o intuito? Será que, após anos de estudos, descobriram que é melhor que o cliente tenha uma sensação de alívio e bem-estar no pós-compra ao chegar em casa do que sair do salão satisfeito e se decepcionar em casa, garantindo assim um retorno do cliente ao estabelecimento (epa! Olha a dissertação do meu mestrado em Marketing aí, gente! – faltou contratar o Neguinho da Beija-flor pra fazer a locução)?
Os motivos ainda estão por descobrir. Mas que os espelhos dos salões de cabeleireiro têm problemas, ah, isso têm!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Malhando quem malha

Pegando parelha (como se diz na minha terra) com bancos e metrôs, academias são ótimos lugares para se observar o bicho homem. Retomando minha experiência antropológica compartilhada com Lucy, the red, de categorizar os tipos humanos, trago a vocês, nobres leitores que preferem gastar seu tempo livre lendo minhas linhas a ler as do Paulo Coelho (será que eu mereço isso tudo?), três “catigurias” de gente que você encontra fácil, fácil numa academia de ginástica. Vamos colocar em tópicos que o negócio fica mais organizado (e o post fica parecendo maior – encher lingüiça é uma arte).
1. A patricinha fitness
Toda academia tem pelo menos uma: aquela garota rica e bem nascida, com genes que contribuem sobremaneira (sobremaneira é MARA!) para sua ótima forma física, e que vai para a academia só pra manter o status. Afinal, patricinha que se preze não pode não ir à academia, é exigência do clube ou tem sua carteirinha apreendida, nem que seja só pra fazer figuração. Chega, sempre com roupas de ginástica gritando de novas e combinando até com o cadarço do tênis, falando ao celular (sim, pois ela é chique e famosa e tem uma agenda atribuladíssima que exige sessões diárias de drenagem linfática, banhos de lama e um botox de vez em quando que botox tá na moda), com o cabelo impecável numa escova de chocolate suíço com avelãs descascadas por freiras cegas dos conventos da Dinamarca e fica desfilando de um lado para o outro, saudando com aquele sorriso amarelo e cara de nojo algum plebeu com quem ela decidiu falar. Prender o cabelo jamais, pois marca. E usar xuquinha, frufru, presilha, piranha ou seja lá o nome do prendedor de cabelo é coisa de classe média. Dá uma malhadinha básica só pra cumprir o ritual, sempre cuidando para não suar, pois suor é coisa de proletariado. No fim, ela sai da academia, linda, loira e japonesa como entrou, sem uma gota de suor e um fio de cabelo fora do lugar.
2. O narciso bombado
Esse é o tipo mais comum. É aquele cara que você tem vontade de perguntar: “Você quer ficar a sós com o espelho?” Sim, pois ele se olha com uma admiração, medindo os ganhos milimétricos de músculos da penúltima série de exercícios para a última, que beira o assédio sexual. Pára em frente ao espelho e se olha de cima abaixo, levanta a camisa pra dar um confere nos abdominais sarados, dobra o tronco para um lado e para o outro para forçar ainda mais o tanquinho (ou, dependendo do caso, a máquina de lavar roupa Brastemp com sexto sentido que tira mancha do colarinho sem esfregar), contrai os braços para o tríceps saltar. Juro que eu presto atenção pra ver se ele solta pra si mesmo: “Oi. Você vem sempre aqui?”
3. O lutador de espelhos
Esse é o mais cômico. É aquele cara que, mesmo sem nunca ter feito uma aula de boxe na vida (e algo me diz que é o caso da maioria), adora ficar parado na frente do espelho entre uma série e outra dando socos no ar, ganchos de direita, ganchos de esquerda, cruzados e et cetera, no melhor estilo Rocky Balboa. Eu fico olhando e tentando adivinhar o tipo de droga que a mãe usou quando estava grávida.

Se você também costuma ver esses e outros tipos na sua academia, deixe seu depoimento, divida sua dor com a gente. Afinal, se eles acham que podem fazer essas coisas em público, por que nós não podemos fazer uma terapia em grupo virtual?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vizinho do capeta

Às vezes eu tenho certeza que vou pro inferno. Juro. Em uma das minhas idas ao supermercado, eu fiquei atrás de uma senhora na fila dos frios que eu juraria se tratar da Ruth Romcy se ela já não tivesse batido as botas (e lá vou eu carimbando meu passaporte pro inferno de novo). A velhinha pediu alguma coisa e uma fatia de queijo provolone pra comer na hora pra matar o desejo. O atendente perguntou quanto ela queria de queijo provolone e a Ruth disse de novo que queria apenas uma fatia pra comer na hora que ela estava com desejo. E ainda olhou pra trás e deu um sorriso dizendo: “Deu um desejo de queijo provolone”. Minha mente maquiavélica já pensou: “Tá grávida, gata?”
Inferno, certeza. Sem escala.

Novos tempos

Após mais de 4 anos, a Sala de Justiça muda de endereço. Como o UOL não dá muita liberdade de configurações para os blogs, agora a Sala de Justiça está no Blogspot. Por enquanto, são só os melhores posts do endereço antigo (o que é uma boa oportunidade para vocês lerem o que ainda não tinham lido), com o tempo eu trago o restante. É nóis na fita e os prêibói no DVD (só pra terminar com uma piadinha)!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Como compor uma música emo em 4 lições

Quer ser o próximo sucesso das paradas? Quer cantar no Domingão do Faustão com a platéia cheia de adolescentes se esgoelando por você? Quer fazer das roupas pretas, dos cabelos desgrenhados caindo nos olhos, dos piercings, alargadores e tatuagens um estilo de vida? Seus problemas acabaram!
Aqui vai a fórmula simples e infalível para se tornar a próxima banda emo de sucesso. Claro que as habilidades musicais e vocais (discutíveis) ficam por sua conta, mas como compor um sucesso emo eu ensino aqui em 4 fáceis lições. Tome nota:
1- Fale de coisas do coração, como um amor que acabou ou os sentimentos ruins que as pessoas cultivam.
2- Esqueça a rima. Música emo boa não rima.
3- Escreva mais palavras por verso do que a melodia suporta. Quanto maior a sensação de correr com as palavras pra caber tudo no verso, melhor.
4- Não se preocupe muito com a melodia. A música não precisa ter uma melodia com ritmo facilmente identificável.
Pronto, você tem um sucesso emo nas suas mãos. Agora é só caprichar no mousse de cabelo.