sábado, 28 de novembro de 2009

A brand new day

Aguardem.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Você vem sempre aqui?

Passando só pra dizer que ainda não decretei a morte do blog. Ainda. A verdade é que ando bem desmotivado para escrever aqui, apesar de não faltar assunto e eu sempre adorar escrever. É meu trabalho, meu talento, meu hobby. Mas um pouco de estímulo sempre faz bem e ando sem saber se ainda sou lido por alguém. O Twitter tem sido meu escape, mas sempre tenho vontade de desenvolver textos com mais de 140 caracteres (o que é bem fácil). Enfim, vim só dar sinal de vida. Vamos ver se vocês fazem o mesmo.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O que seus pais não contaram - parte 2

Mesmo depois das ameaças de processos por parte do Sincofa (Sindicato dos Contos de Fadas), segue a segunda parte da matéria investigativa sobre os personagens das histórias infantis.

Capítulo 4 – Cinderela
Em primeiro lugar, vamos acabar com essa palhaçada de fada madrinha. Ou alguma fada madrinha já apareceu quando você tinha aquela pilha de roupa e louça pra lavar num domingão à tarde? Ou quando você tinha que pagar IPTU, IPVA, matrícula e mensalidade das crianças e aquele botox básico na testa pra não ficar uma baranga e não tinha um puto na bolsa Luís Vitão (ainda queria comprar original com tudo isso pra pagar? Acorda, gata!)? Pois é, fada madrinha mái éguis. A escroque encarnou a Winona Ryder, roubou uma loja básica, compôs o look e deixou todo o serviço em casa pra fazer. E depois ainda entrou de penetra na festa do príncipe só pra dar uma chave de perna no bofe e levá-lo à loucura fazendo candelabro italiano e técnicas de pompoar para garantir o seu. Foi aí que começou a indústria dos cerimoniais e de senhas na entrada das festas.

Capítulo 5 – Pinóquio
Talvez a mais sórdida das histórias, temos aqui o caso de um velho tarado, um precursor de Josef Fritzl, que criou um menino de madeira para satisfazer suas mais doentias fantasias. Ou vocês acham que era coincidência o nariz dele crescer falicamente (imagens mentais terríveis me acompanharão para o resto da vida ao fazer essa ligação)? E a boca da baleia nada mais era que um porão com tema marítimo para atrair criancinhas. Totally sick!

Capítulo 6 – João e Maria
Ok, o canibalismo está claro e não é negado nem na versão original. Mas sabem o que João e Maria foram fazer no meio do nada? Participar de uma rave. Até aí, tudo bem. Só que aquela trilha de miolo de pão era pra indicar o caminho pro fornecedor de ecstasy. Depois da rave, com muita maconha e bala na cabeça, o casalzinho ficou laricado. Aí ficou fácil pra velha canibal se aproveitar dos dois, altamente sequelados. A casa de doces foi um longo projeto da velha, ciente de que sua vizinhança era palco frequente de raves. Após meses construindo a casa (que teve o projeto superfaturado pela Gautama, mas aí é outra história), a bruxa comedora de gente pôde colocar seu plano em prática quando os irmãos bateram em sua porta, tremendo e suando frio. Aí vem o resto da história, com cárcere privado e assassinato por carbonização. Pensando bem, esse conto de fadas nunca foi muito leve.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O que seus pais não contaram

Depois que cresce, a gente vai perdendo certas ilusões e inocências e começa a enxergar as verdadeiras cores das coisas. Analisando melhor aquelas doces e moralmente edificantes histórias infantis à luz dos meus 20 e tantos anos de vida começo a perceber que os contos podem ser tudo, menos de fadas. Desapegue-se da sua infância e caia nessa matéria investigativa comigo, dividida em 2 partes para a melhor averiguação dos fatos. Profissão Repórter é pinto.

Capítulo 1 – Branca de neve
Essa é fácil. Uma mulher que vai morar SOZINHA com 7 anões que nunca tinha visto na vida. O que temos aqui? Uma devassa adepta de gang bang e, possivelmente, com fortes tendências de pedofilia (por que anões? Explica essa, Dráuzio Varela!). Sem falar na explicação para o sobrenome “de neve”. Como bem se sabe, drogas e práticas sexuais alternativas costumam andar de mãos dadas. Afinal, uma criatura que pega uma maçã da mão da primeira velha verruguenta que lhe aparece na porta e mete-lhe os dentes não tem lá muita preocupação com sua saúde, vamos combinar. Branca gostava mesmo era de cheirar umas carreiras. E a madrasta não queria matá-la por inveja da sua beleza coisa nenhuma, que o Pitanguy tá aí pra isso. Ela tava era muito puta que a fedelha roubou seus castiçais, sua prataria e o iPod de última geração que ela tinha acabado de comprar numa viagem a Nova York para comprar o pó. Tanto que o apelido de Branca na sua roda de amigos era “Arno”.

Capítlo 2 – Chapeuzinho vermelho
Esqueça o lenga-lenga de vovó doente. Chapeuzinho vermelho ia todos os fins de semana à isolada casa da sua avó para dar um tapa na pantera. Vovó, uma hipponga que balançou os peitos em Woodstock, era a sua companheira e confidente, que puxava um fumo com a neta sempre que podia. A casa da velha era o refugio de Chapeuzinho, já que sua mãe, evangélica e tesoureira da Igreja Renascer em Cristo do bairro, não poderia sonhar que ela curtia um cigarrinho do capeta. A cesta de doces? Para a larica depois. Assim corriam os fins de semana de Chapeuzinho, revendendo Avon para pagar seu vício no caminho para a casa da vovó, onde as duas fumavam loucamente, até que um dia a vovó esqueceu que Chapeuzinho estava a caminho e foi praticar zoofilia com um lobo que vivia pelas redondezas. Chapeuzinho, quando viu aquela cena, ficou chocada e gritou horrores, o que atraiu a atenção do caçador. O rapaz já chegou metendo bala nos cornos do lobo, achando que o coitado tava atacando as duas. Desse dia em diante o caçador virou habitué dos encontros regados a cannabis sativa.

Capítulo 3 – Bela adormecida
Não, não vou apelar pro discurso fácil de que ela era preguiçosa e dorminhoca. Até porque essa história de sono eterno é uma prosopopeia flácida para acalentar bovinos (conversa mole pra boi dormir – tradução: Herbert Richards) para encobrir o real motivo da inconsciência da moçoila: overdose. Ou vocês caíram na história de espetar o dedo numa roca? Ela se espetou mesmo foi com seringa, heroína demais na veia e ploft! Caiu dura. Mas a bicha fez a esperta e fisgou logo o médico de plantão que a reanimou e viveu feliz para sempre numa mansão em Los Angeles, onde pôde manter seu vício entre a nata das celebridades hollywoodianas.

No próximo post, descubra toda a verdade sobre Cinderela, Pinóquio e João e Maria.

domingo, 14 de junho de 2009

Falo ou não falo?

Quando dizer e quando não dizer a mesma frase:

Se joga
Pode: Numa boate quando começa a tocar sua música favorita.
Não pode: Em meio a uma negociação para tirar um suicida do topo de um prédio.
Fala sério!
Pode: Quando seu amigo conta que ganhou na Mega Sena.
Não pode: Quando seu amigo conta que a mãe dele morreu.
Levanta o mindinho
Pode: Tomando chá com uma dondoca.
Não pode: Tomando chá com o Lula.
Dá uma voltinha
Pode: Quando sua namorada está de vestido novo.
Não pode: Quando sua namorada com labirintite está bêbada.
Chupa essa manga
Pode: Assistindo a um jogo de vôlei do Brasil quando a seleção faz um ponto difícil.
Não pode: No motel, usando uma camisinha sabor manga.
E sua mãe, onde anda?
Pode: Encontrando aquele velho amigo de infância na rua.
Não pode: No motel, ponto.

domingo, 31 de maio de 2009

Follow the leader

No mundo do "pra ontem" e do descartável (não, isso não é um texto sobre indústria cultural - mas, se eu disser que sinto saudades do Habermas, Marcuse, Horkheimer e companhia, vocês me chamariam de louco?), eu tive que ceder e aderir ao Twitter. Desde o mês passado, na verdade, mas como seguidores os mais improváveis possíveis têm surgido por lá eu achei o fato merecedor de nota.
O mais recente é alguém que se diz porta-voz do Boston Medical Group (já me perguntei se seria isso um mau presságio). Obviamente já dei uma investigada nos seguidos da criatura e vi alguns amigos em comum, mas a noia de querer saber como as pessoas me acham no Twitter permanece a mesma.
Agora estou eu lá e aqui, com medo de meus leitores me abandonarem de vez pela minha versão em doses homeopáticas na nova "febre do momento na internet". Mas a minha verborragia não me permite abandonar minha Sala de Justiça. Pelo menos não por enquanto.
Mas falta de tempo e descartabilidade à parte podem continuar comentando, ainda é "de grátis", ok?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vai apontando o lápis...

Escrever bem é uma maldição. Não vou ficar aqui de falsa modéstia questionando se escrevo bem. Até porque seria muito ódio do mundo se eu continuasse escrevendo aqui por 5 anos se achasse que escrevo mal. Ou muita teimosia, algo como a Paris Hilton querendo escrever um tratado de física quântica. E também sou muito suscetível a elogios e costumo a acreditar em todos que recebo, aqui mesmo ou em outros círculos sociais (sim, existe vida fora da Internet!).
Mas o tal do escrever bem pode ser uma bênção. Afinal é isso que sustenta meus trabalhos como redator publicitário e colunista. Entretanto pode se tornar uma maldição que me persegue. Começando por cartões de aniversário e outras datas comemorativas. Adivinhem quem TEM que escrever todos os cartões aqui de casa, seja pro aniversário de 100 anos da minha bisavó ou para o casamento de um casal de amigos do meu irmão que eu nem conheço? Um doce pra quem disse “eu” (eu eu, não eu você que está lendo – só pra deixar claro). E sempre tem que ser uma mensagem bonita, emocionante e edificante. Do contrário a crítica cai em cima (eu sei como os estagiários da Hallmark devem se sentir).
E a pior crítica é a minha própria. O que mais incomoda nessa história de ser “criativo e inteligente” é a cobrança de escrever sempre algo inovador, interessante, que faça a pessoa querer guardar aquele texto, mesmo que seja um post-it, e emoldurá-lo para colocar na parede. E agora que adentrei o mundo do Twitter, então, danou-se tudo. Escrever algo em 140 caracteres relevante e cativante o bastante para manter os seguidores (ou angariar novos) é de um nível de responsabilidade pra colocar qualquer pessoa louca. Qualquer pessoa já minimamente noiada, claro.
Fato é que, bênção ou maldição, escrever já virou um vício, e acho que não há clínica de reabilitação que possa me ajudar.

PS: hoje o “Enquanto isso, na Sala de Justiça...” completa 5 anos de existência.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Era uma vez...

Quando crianças, adoramos ouvir os contos de fadas. Histórias como a da Cinderela, uma jovem simples, humilde e de bom coração que teve todas as oportunidades negadas durante sua vida, que consegue, num passe de mágica, tudo o que sempre sonhou. Há algo realmente de mágico nessas histórias que nos faz sonhar e pensar que pode ser possível, que um dia podemos atingir o que sonhamos. A grande moral de que o bem vem a quem pratica o bem acalenta nossos corações e nos faz crer que a justiça, creia você em Deus ou não, considere-a divina ou força do destino, encontra seu caminho.
E o assunto do meu post de hoje não poderia ser outra coisa senão um conto de fadas real. Susan Boyle, uma mulher simples e adorável de 47 anos que vive em um aglomerado de vilarejos, como ela mesma definiu sua cidade, no interior da Escócia teve seu dia de Cinderela. Susan não possui a mesma juventude nem a mesma beleza da gata borralheira. É uma senhora sem vaidades, de corpo roliço e sem um pescoço que separe elegantemente a cabeça dos ombros. Seu cabelo nunca deve ter visitado um salão de beleza cheio de recursos estéticos. E é justamente por isso que seu conto de fadas se torna ainda mais interessante.
Susan subiu ao palco do Britain’s got talent, versão britânica de American Idol, totalmente desacreditada. Os risos e expressões de descrédito nos rostos da plateia e dos jurados do reality show eram de uma transparência cortante. Pelo julgamento prévio da plateia, Susan já era um grande fracasso. Bastou ela começar a cantar “I dreamed a dream”, música da peça da Broadway “Os miseráveis”, para não precisar dizer nem provar mais nada. Instantaneamente o público começou a gritar e aplaudi-la de pé. A cena, para os mais sensíveis e afeitos a emoções transbordantes como eu, é de provocar lágrimas nos olhos. E Susan continua, cantando a música maravilhosamente até o fim, sem desafinar ou sair do tom.
Sem me aprofundar num discurso contra os preconceitos e os julgamentos de pessoas por sua beleza – ou a ausência dela –, o que soaria muito chato e hipócrita, já que eu mesmo desacreditei daquela senhora com aparência de dona-de-casa, talvez por preconceito, talvez por impossibilidade de acreditar que alguém de aparência tão ordinária fosse capaz de algo tão extraordinário, o fato é que a surpresa é inevitável. E comovente.
Mas, pra mim, o mais marcante não é a ausência de atributos estéticos de Susan. O que toca realmente é a sua singeleza, sua humildade. Desempregada e com um jeitinho que nós chamaríamos de brejeiro, Susan confessa nunca ter sido casada, sequer ter beijado alguém, e que vive sozinha com seu gato Peebles. Reportagens dizem que ela cuidava de sua mãe doente até pouco tempo atrás. Junte-se a essa abnegação seu carisma inebriante, claro na forma como ela agradece os elogios e manda beijos para a plateia que lhe aplaude pouco depois de rir dela, e Susan realmente parece uma personagem de contos de fadas, com um coração puro que a guia em direção a sua recompensa tão merecida.
Se você tem um mínimo de religiosidade, é impossível não pensar que uma mulher com tamanho talento vocal que nunca teve aulas de canto e vivia cantando na cozinha de casa, provavelmente, só pode ter recebido tal dom, pronto e acabado, de uma força maior, seja Deus ou deuses.
Há tempos algo não me emocionava assim. Acho que isso fica claro no fato de eu ter escrito tudo isso a respeito de Susan Boyle. Mas ela reacendeu minha crença infantil de que o bem vence no final.
Versão do vídeo com legendas em Português: http://www.youtube.com/watch?v=xRbYtxHayXo

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Agora em versão 2.0

A web 2.0 surgiu para revolucionar as comunicações midiáticas. O receptor se tornou emissor (sim, eu quero mostrar que estudei Teoria da Comunicação) e o poder de produzir conhecimento e disseminá-lo passou a ser compartilhado por quem costumava só receber informações com o derriere sentado numa cadeira em frente ao computador. Dessa revolução veio o Youtube, nossa fonte de divertimento e até conhecimento produzidos por “gente como a gente” (pra dar um sentimento de união, de povo, de “vamos dar as mãos”). Não é mais necessário ter o sobrenome Marinho, Macedo ou Abravanel para poder atingir milhões de pessoas com conhecimento produzido por você, quer seja algo de utilidade pública (tipo a solução para o fim do aquecimento global) ou a mais pura besteira (cof! Cof! Paris Hilton! Cof!). Enfim vivemos a revolução da informação, a democratização da informação, alguns diriam. Agora vamos à banda podre da coisa, que essa introdução toda foi só pra falar o que eu realmente queria falar.
Pois é, agora a coisa virou moda e todo mundo tá usando. O novo programa da Xuxa tem quadros elaborados pelos internautas ou com a participação deles via vídeos postados no site ou algo assim (não, eu não assisto à Xuxa, pelo menos há uns bons 15 anos, fiquei sabendo da “novidade” no Faustão – acho que não melhorei minha situação). Várias campanhas publicitárias já simularam o clima de “home vídeo” (nunca viu “Todos por un pelo”? Um clássico já: http://www.youtube.com/watch?v=fr5JkHvBEmE – e olha a metalinguagem) ou campanhas promocionais que pedem a participação dos internautas com seus vídeos. Os jornais da Globo têm quadros com reportagens produzidas a partir de sugestões dos internautas. O programa de clipes do Multishow TVZ possui o quadro “TVZé”, com “clipes” caseiros produzidos pelos telespectadores e postados na web. E agora vem aquele que é o sintoma maior da revolução, um sinal dos tempos: a tradicional mensagem de fim de ano da TV Globo (aquela que todos os anos nos faz lembrar quem a Record ainda não roubou) de 2008 era feita de vídeos caseiros com alegres famílias e amigos “do povo” cantando desafinadamente que “hoje é um novo dia de um novo tempo que começou”.
E eu, que sofro do mal de sentir vergonha pelos outros, faço o que quando vejo as pessoas se passando em vídeos caseiros e postando pra todo mundo ver, como em vários clipes bisonhos do TVZé? É, não tem jeito. A tecnologia realmente não dá refresco.

sábado, 11 de abril de 2009

Manual de etiqueta: Capítulo 1 - A praia

1 – Não jogar frescobol, altinha, vôlei ou qualquer outro esporte à beira-mar tomando conta da faixa de areia mais disputada da praia como se ela fosse sua e dos seus amiguinhos. E olhar com cara feia pra quem tem a audácia de passar no meio do seu campinho é pedir pra escutar poucas e boas.
2 – Não se besuntar de Blondor e ficar torrando no sol e passando num doce balanço a caminho do mar (Jobim que me perdoe). Certos rituais são íntimos e pessoais e só devem ser realizados na privacidade do seu lar (e olhe lá).
3 – Não tornar público seu momento Acnase, “contra cravos e espinhas” do seu fofucho dentro do mar. Já esse ritual não deveria ser feito nem no porão fechado e sem luz do Josef Fritzl, que dirá assim, num lugar onde pobres crianças inocentes transitam e tomam banho, BANHO, meu Deus!
4 – Não deixar seus pimpolhos soltos e descontrolados, gritando uns com os outros a plenos pulmões. Aliás, deixar crianças gritando em qualquer local público deveria ser motivo para perda de guarda.
A direção do blog lamenta reconhecer que todas essas experiências foram vividas por nós hoje num frugal passeio praiano.

domingo, 5 de abril de 2009

E fez-se a luz (título repetido, mas muito mais pertinente)

Vamos lá voltar às atividades nesse blog que recebe menos comentários do que deveria (não sou eu que digo, é a minha nova leitora, Ana; e vocês sabem que a voz do povo é a voz de Deus – contagem de clichês: 1).
Vou logo avisando que o assunto de hoje é mais uma observação sobre a obsolescência de algo que a modernidade trouxe (sou só eu ou vocês também acham que tô parecendo um velho de 87 anos, 5 meses e 26 dias com tanto post sobre coisas antigas?): o palito de fósforo. Assim, eu sei que fora da minha realidade burguesa com mesa farta e cheia de caviar Beluga, brioches e croissants (sonhar não custa nada – contagem de clichês: 2), ainda existe muita gente humilde que ainda acende o fogão na base do Fiat Lux (tô fechando as cotas de patrocínio do blog, hein), mas é uma tendência que diminui cada vez mais. Podem ver que os fogões de hoje em dia, até os mais fuleiros já vem (sem acento diferencial) com acendedor elétrico.
Para as pessoas de dentes pretos e dedos amarelos que curtem uma fumacinha da morte, os isqueiros tomaram conta na hora de acender seus cigarrinhos perfumados (deixando as entrelinhas bem claras: DETESTO cigarro!). Então eu penso: o que será do palito de fósforo?
Ah! Acabei de me lembrar de algo para que o fósforo continua imbatível: acender velas! Eu, filho e neto de mulheres super religiosas, bem vejo isso! Olha aí! A fé salva todo mundo. Até a Fiat Lux.
PS: existe limite para a quantidade de parênteses que uma pessoa pode usar em um único post?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Em breve, num orelhão perto de você

Digam se não faz a gente se sentir especial saber que vivemos uma época de total mudança de paradigmas? Não, não estou me referindo ao fato de um-homem-negro-de-origem-árabe ter sido eleito presidente dos Estados Unidos (coitado do Obama, não há obamamania que resista à crise), mas a coisas bem mais cotidianas e banais.
Não vou repetir questões já abordadas em outro post, como ter vivido pra ver um LP rodando na vitrola ou uma fita K7 se enrolando dentro do som (Ô ódio!). Existe uma expressão, uma pequena frase que usamos frequentemente nos nossos colóquios que só faz sentido pra nós da geração analógico/digital: caiu a ficha?
Pensem só: orelhões de ficha nem devem existir mais (se alguém ainda conhece algum, por favor compartilhe essa raridade com nossos internetespectadores). Para alguns seres emo a expressão não deve fazer o menor sentido. E aí vem a minha preocupação linguística: o que acontecerá com a expressão “cair a ficha”? Será substituída (já com atraso) por “descontar a unidade” ou “entrar o cartão”? Ou, com o advento do celular, será trocada de vez por algo do tipo “descontou o crédito”?
É, a tecnologia às vezes descomplica por um lado, mas complica tanto por outro.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Não tem desculpa

Incrível como algumas palavras e expressões são totalmente vazias de significado. Mais impressionante ainda é como outras podem significar exatamente o oposto do que pretendem. Toda essa minha análise semântica começou com um pequeno momento de reflexão que decidi tomar sobre uma frase comumente dita por qualquer um de nós: “Desculpa qualquer coisa”. A reflexão veio depois de perceber que a expressão vinha me causando muita repulsa. E por que seria? Cheguei à conclusão de que era porque a frase é um total engodo. É a pele de cordeiro que o lobo usa pra se esconder no rebanho. O intuito das singelas palavras é de se mostrar humilde, de reconhecer sua falibilidade e demonstrar grandeza de espírito de reconhecer os próprios erros. Acontece que a frase faz justamente o contrário.
Em primeiro lugar, a pessoa que a profere é incapaz de reconhecer o que fez de errado. Ora, até onde sei, a moral e a ética se definem justamente pela capacidade de discernir entre o certo e o errado – e escolher o caminho mais nobre. Ao dizer “desculpa qualquer coisa”, a pessoa pede um salvo-conduto para suas atitudes, algo do tipo “esquece o que fiz até agora”, sem nenhuma garantia de que não se repetirá no futuro, dado que a pessoa não sabe o que fez de errado.
E não humildade em não se reconhecer exatamente a atitude errada tomada, a palavra injusta dita, o gesto desnecessário realizado. O que é o mais difícil em se pedir desculpas? É reconhecer que aquele ato específico foi errado, que não se deveria ter agido daquela forma. A especificidade é a chave do negócio aqui. Reconhecer o exato erro é o pré-requisito das desculpas.
Resumo da ópera? Dizer “desculpa qualquer coisa” é dizer, na verdade, “desculpa por nada”.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Glória Perez, essa antinacionalista

Assim, qual é o problema da Glória Perez em ambientar suas novelas no Brasil? É a necessidade de disseminar expressões novas em outras línguas pra transformar a novela em fenômeno linguístico-cultural (alguém avisa ao corretor ortográfico do Word que o trema não existe mais) que transpõe as barreiras da televisão e se transforma em fato cultural presente nos colóquios diários da população? Justo quando eu me recuperava dos “Inshalá” e “Inshaaqui” (sacaram? Hã? Hã?!) de “O Clone”, me vem a mulher com novas expressões para atazanar minha vida.
Fora todos os vestidos indianos e bijuterias que, dentro em breve, tomarão conta dos camelódromos do meu Brasil varonil, tipo o brinco de taturana subindo a orelha que eu vi a Juliana Paes usando dia desses. Algumas coisas a gente já prevê que vão acontecer, tipo a piada do português caminhando em direção a uma casca de banana.
E as danças? A novela pode se passar nas Arábias, na Índia ou no Uzbequistão, não importa: sempre há “danças exóticas que refletem a cultura de um povo” que sempre rendem matérias no Vídeo Show mostrando os atores dizendo que foi “difícil, mas muito prazeroso” aprender aqueles passos, que invariavelmente são acompanhados de palminhas e gritos alegres do tipo “Iala”, “Uopa”, “Hale” ou qualquer aliteração que o valha. Em resumo, zoada!
E, se é pra implicar, vamos fazer um serviço profissional: alguém me explica como TODO MUNDO na Índia fala português? Das duas, uma: ou a língua de Camões está mais disseminada pelo mundo do que eu imaginava ou a colônia de brasileiros na Índia está bombando.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Quero ser Nietzsche

Para a alegria de intelectuais, pseudo-intelectuais (novas regras gramaticais, há ou não há hífen aqui?), programas das Sônias Abrão da vida e as burras de dinheiro da Globo, hoje começa um novo Big Brother Brasil (BBB para os íntimos e para pessoas que A-DO-RAM – porque separar as sílabas das palavras em caixa-alta acrescenta toda uma dramaticidade ao texto – a praticidade das siglas).
Como assim para a alegria de intelectuais e pseudo-intelectuais (sim, a dúvida permanece)? Essas pessoas não deveriam odiar o BBB? Sim, justamente por isso. Existe coisa mais fácil do que falar mal do BBB para se mostrar um intelectual? Claro que a satisfação é mais completa para os pseudos, pois intelectual de verdade nem perde seu tempo comentando assuntos tão frívolos.
Mas é fato que neguinho enche a boca para dizer que “odeia o BBB” e proferir insultos do tipo “imundície televisiva” e “estupidez humana”. Não estou aqui pra defender a validade cultural do BBB. Aliás, se fôssemos analisar a validade cultural de todos os programas da TV aberta... Corre, Gugu! Corre! O problema é que me soa tão repetitivo e mesquinho ficar implicando com o programa. Tá, não é um programa da BBC de Londres. Mas realmente é insulto tão grande à inteligência humana? Sinto muito, mas a Donatela se passando por fantasma para endoidar a Flora me soa muito mais como “você é um idiota de assistir isso” do que ver as incongruências e mudanças de atitude do ser humano por causa do dinheiro.
Já assisti várias edições do BBB, não suportei algumas e acompanhei alguns episódios de outras quando meus seriados favoritos estavam na entressafra. Confesso que a curiosidade em saber quais são, afinal, os valores que o brasileiro admira e valoriza que dão a alguém o merecimento para ganhar R$ 1 milhão (porque até hoje eu tento entender o que diabos aquela porta daquele Bambam fez pra ganhar o dele) ainda me cutuca para ver pelo menos algumas partes do programa. Mas se você não consegue ver essa nuance sociológica no BBB, tudo bem. Só não vem arrotar insultos repetidos no meu pé do ouvido pra se passar pelo novo Arnaldo Jabor. Se o BBB não acrescenta nada, pelo menos ele passa à noite. E o que dizer das Sônias Abrão e Márcias Goldschimit da vida, que estão no ar à tarde, na hora em que nossas esponjas intelectuais recém-saídas das fraldas estão em casa vendo TV? Acho que é uma questão de saber dar a real medida dos seus inimigos. Pick your battles.
* Tema vergonhosamente copiado do Saco de filó. E quero deixar claro que é super legítimo não gostar do BBB e falar mal dele, mas, por favor, só o faça por convicção, e não para parecer culto e interessante.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Pagou e não comeu

Ainda bem que eu não assino cheque há um bom tempo, porque eu fui preencher a data deste post no meu arquivo pessoal individual da minha pessoa particular e quase tasquei um 08 no final.
Eu não queria dar nome aos bois do post anterior, mas eu sou tipo forçado, algo quase arma na cabeça. Eu não agüento (opa! Mataram o trema!) – não aguento (desiste, corretor ortográfico do Word!) mais a propaganda da Net com o surfista e o atendente gritando “uhuuuuu” até a gente querer dar um tiro na TV. Precisa ficar claro que o “uhuuuu” é algo a ser utilizado com muita parcimônia, ou seja, em edições do Big Brother e já está de bom tamanho. E a desgraçada da propaganda passa em todo (sem exagero, TODO) comercial da TV fechada.
Essa eu vi na saída de João Pessoa, indo ao aeroporto. Um outdoor de um motel onde se lia: “Almoço ou jantar e INTERNET grátis”. Almoço ou jantar eu entendo, pois faz bem bater um rango depois de muito rendez-vous, mas alguém me explica pra que se usa Internet num quarto de motel? Se for pra ver filme de sacanagem na rede... bom, então você não entende muito bem o conceito de motel.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O que há de novo?

(Olhando pro lado e fingindo que eu não passei semanas sem postar nada)
Êêêêê!!! Ano novo! Spac! Pof! Pum! (onomatopéia de fogos estourando – ano novo, piada velha) Ondas puladas, caroços de uva e de romã guardados nos devidos lugares (não sei se é na calcinha, no sutiã ou em algum outro local que o horário não permita menção), roupas brancas cheias de bebida derramada na máquina de lavar (não? Foi só a minha?), comecemos as observações do ano.
Vocês não acham que os publicitários deveriam fazer um acordo e mudar todas as propagandas no ano novo? Você começa um ano zero quilômetro e já vê as mesmas propagandas que via no ano passado. Não parece que nada mudou?