quinta-feira, 15 de julho de 2004

Namoro ou amizade? Os dois!

O tema do “Meninas Veneno” de ontem, com a sempre ótima Marina Person, era namoro grude. Quando vi a propaganda anunciando o programa, eu pensei: eu tenho que assistir. Essa sempre foi uma questão que me incomodou e causou problemas com amigos e amigas e sobre a qual eu penso constantemente. Como todos que me conhecem um pouco mais sabem, eu estou sem namorada, mas não por opção. Claro, sei que falta um tanto de atitude da minha parte para ajudar as coisas a acontecerem, mas há outras questões e impedimentos que me atrapalham, porém não cabe serem discutidos aqui. A garota na berlinda do programa era a Mari, que achava que namoro não deve ser uma prisão e que não deve impedir ninguém de continuar saindo com seus amigos e ter uma vida individual, independente do(a) namorado(a). Eu me identifiquei tão de cara com ela (e com o assunto) que até deixei de assistir ao “Saia Justa” para ver o que ia acontecer ali. Embora eu tenha visto, com o decorrer do programa, que a Mari era extremista também, mas do outro lado, quer dizer, ela não conseguia largar as amigas e ter uma vida com seu namorado, vi que a discussão é muito válida e aflige várias pessoas, não só a mim. Não estou fazendo aqui um protesto contra o namoro, nem de longe. Eu gostaria muito de estar namorando, mas um namoro saudável, adulto, um relacionamento saudável. Ridículo um dos meninos que participavam do debate (Fabinho o nome dele, não me esqueci) que dizia que namorados têm mais é que ficar grudados mesmo, nada de um sair sozinho sem o outro, e, quando interpelado por uma das meninas participantes sobre onde ficavam os amigos na vida dele, disse que quando acabasse o namoro, ele iria atrás deles, o que arrancou da interlocutora dele um “pois eu não queria ser sua amiga”. Concordo com ela. Amigos não devem passar a ter menos importância quando se começa a namorar. Obviamente eles receberão um pouco menos de atenção, mas é essencial e saudável reservar a eles um tempo na sua agenda. Sempre digo que um namoro deve somar algo a sua vida, e não subtrair algo ou alguém. O argumento dos trogloditas que estavam lá para justificar porque as namoradas não podem sair sozinhas “pra balada” era o mais estúpido possível: a ocasião faz o ladrão, ou seja, ao sair de noite sem os namorados, elas estariam correndo o risco praticamente infalível de trai-los. A que nível de insegurança e burrice chegaram essas pessoas. Eu parto do princípio de que se uma garota está comigo, é porque ela quer e porque gosta de mim. Logo, não importa onde ela esteja, ela não terá vontade de ficar com mais ninguém. O mesmo vale para o caso de ela estar comigo, mas não gostar mais de mim, qualquer lugar (até mesmo a parada do ônibus) é lugar para se interessar por outra pessoa, e daí já não há nada que eu possa fazer, a não ser deixá-la seguir seu caminho e esquecê-la. Ciúme é uma sensação de posse sobre algo que não lhe pertence, pois ninguém é propriedade de ninguém. E confiança é a base de qualquer relacionamento saudável. Por isso eu peço, não larguem seus amigos, não deixem de sair com eles, se divertirem juntos, pois esses são momentos dos quais vocês se lembrarão para sempre. Namorados e namoradas vêm e vão, mas amigos verdadeiros são para sempre. Quer dizer, algum dia, alguém virá para ficar, mas nem mesmo por esse alguém deve-se deixar a vida pessoal de lado. Manter uma parte da sua vida que não possua a presença constante de seu(sua) namorado(a) é fundamental para conservar suas amizades, sua individualidade e o próprio namoro.

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