domingo, 31 de maio de 2009

Follow the leader

No mundo do "pra ontem" e do descartável (não, isso não é um texto sobre indústria cultural - mas, se eu disser que sinto saudades do Habermas, Marcuse, Horkheimer e companhia, vocês me chamariam de louco?), eu tive que ceder e aderir ao Twitter. Desde o mês passado, na verdade, mas como seguidores os mais improváveis possíveis têm surgido por lá eu achei o fato merecedor de nota.
O mais recente é alguém que se diz porta-voz do Boston Medical Group (já me perguntei se seria isso um mau presságio). Obviamente já dei uma investigada nos seguidos da criatura e vi alguns amigos em comum, mas a noia de querer saber como as pessoas me acham no Twitter permanece a mesma.
Agora estou eu lá e aqui, com medo de meus leitores me abandonarem de vez pela minha versão em doses homeopáticas na nova "febre do momento na internet". Mas a minha verborragia não me permite abandonar minha Sala de Justiça. Pelo menos não por enquanto.
Mas falta de tempo e descartabilidade à parte podem continuar comentando, ainda é "de grátis", ok?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Vai apontando o lápis...

Escrever bem é uma maldição. Não vou ficar aqui de falsa modéstia questionando se escrevo bem. Até porque seria muito ódio do mundo se eu continuasse escrevendo aqui por 5 anos se achasse que escrevo mal. Ou muita teimosia, algo como a Paris Hilton querendo escrever um tratado de física quântica. E também sou muito suscetível a elogios e costumo a acreditar em todos que recebo, aqui mesmo ou em outros círculos sociais (sim, existe vida fora da Internet!).
Mas o tal do escrever bem pode ser uma bênção. Afinal é isso que sustenta meus trabalhos como redator publicitário e colunista. Entretanto pode se tornar uma maldição que me persegue. Começando por cartões de aniversário e outras datas comemorativas. Adivinhem quem TEM que escrever todos os cartões aqui de casa, seja pro aniversário de 100 anos da minha bisavó ou para o casamento de um casal de amigos do meu irmão que eu nem conheço? Um doce pra quem disse “eu” (eu eu, não eu você que está lendo – só pra deixar claro). E sempre tem que ser uma mensagem bonita, emocionante e edificante. Do contrário a crítica cai em cima (eu sei como os estagiários da Hallmark devem se sentir).
E a pior crítica é a minha própria. O que mais incomoda nessa história de ser “criativo e inteligente” é a cobrança de escrever sempre algo inovador, interessante, que faça a pessoa querer guardar aquele texto, mesmo que seja um post-it, e emoldurá-lo para colocar na parede. E agora que adentrei o mundo do Twitter, então, danou-se tudo. Escrever algo em 140 caracteres relevante e cativante o bastante para manter os seguidores (ou angariar novos) é de um nível de responsabilidade pra colocar qualquer pessoa louca. Qualquer pessoa já minimamente noiada, claro.
Fato é que, bênção ou maldição, escrever já virou um vício, e acho que não há clínica de reabilitação que possa me ajudar.

PS: hoje o “Enquanto isso, na Sala de Justiça...” completa 5 anos de existência.