quarta-feira, 9 de junho de 2004

Seis orkuts de separação

Como já confessei aqui, sou o mais novo adicto da droga chamada Orkut. Da mesma maneira que a minha amiga Carolina, eu não via muita graça nele no início. Mas comecei a mexer, a bulir, a procurar amigos e comunidades interessantes (ou loucas) e fui me viciando. De cara encontrei uma amiga queridíssima que há muito eu não vejo, a Mel. Depois fui numa busca por mais amigos para aumentar aquele mirrado número de amigos virtuais, questão de orgulho mesmo. Eu via pessoas com 40, 80, 160 amigos, e eu com meia dúzia de gatos pingados. Quem sou eu, um zé-ninguém? Não, eu preciso ter mais amigos na minha lista. E saí na minha busca frenética por amigos meus do mundo real no meio virtual. Quando não mais consegui achá-los, fui à procura de novos amigos, virtuais mesmo, com potencial de se tornarem reais e percorrerem o caminho inverso dos primeiros. Entrei em comunidades, olhei perfis, mandei mensagens, aderi a novas comunidades. E o mais interessante é observar que o Orkut é a concretização da teoria das 6 pessoas ou dos seis graus de separação. Fiz uma pesquisa na internet para embasar melhor o que digo: "A idéia dos seis graus de separação surgiu pela primeira vez em 1967, quando o psicólogo norte-americano Stanley Milgram publicou a teoria de 'mundo pequeno' na revista Psychology Today. Milgram descobriu que voluntários nos Estados norte-americanos de Nebraska e Kansas conseguiram chegar a pessoas desconhecidas em Massachusetts usando uma rede de amigos, contatos comerciais e outras relações." Resumindo, essa teoria diz que entre uma pessoa e outra totalmente desconhecida existem, no máximo, seis pessoas. Logo, entre mim e a Julia Roberts, existem, no máximo, 6 pessoas. Quando a gente olha o perfil de alguém no Orkut, aparece a lista de conexão entre aquela pessoa que você nem conhece e você mesmo. Todo mundo é amigo de um amigo de um amigo seu, variando a quantidade de "amigo de um amigo". Acho que isso é uma das razões que me atraem no Orkut: eu posso, a qualquer momento, trocar mensagens com a Julia Roberts.

segunda-feira, 7 de junho de 2004

Explicando isso na Sala de Justiça.

Tá parecendo que a razão de ser desse blog é explicar os porquês de eu não ter postado. Mas, dessa vez, eu não tenho culpa. Ontem a minha internet passou o dia fora do ar. Aliás, foi cômico. Tentei entrar na internet ontem lá pelas 9:30. Nada. Tudo bem, fiquei aqui, sendo lambido pela criadora. Saímos, almoçamos fora. Quando voltamos, eu tentei novamente. Nada de internet. Peguei o telefone e liguei para a Fortalnet. Pedi para passar ao suporte técnico, mas todos os ramais estavam ocupados. Então o atendente perguntou que assunto eu queria tratar e eu disse que era uma reclamação sobre internet fora do ar. O atendente perguntou se era internet predial (respondi positivamente) e qual o prédio. Quando eu disse, ele confirmou que havia um problema com um link da Embratel. Mas o engraçado mesmo (pois vocês devem estar se perguntando "onde está o cômico nessa história toda?") foi quando eu disse, meio indignado, ciente de que o atendente não tinha culpa, que já estava nisso desde cedo da manhã. Foi quando ouvi do atendente: Não, é desde ontem (preciso explicar que ele disse isso num tom que dava a entender: "não, besta, faz muito mais tempo!")! Aí eu tive vontade de rir. Eu, um consumidor revoltado, reclamando da falta de serviço, e o atendente me adiciona a informação que fazia ainda mais tempo que eles estavam sem me prestar o serviço pelo qual pago religiosamente todo mês. Ai, ai. Até agora me pergunto se foi ingenuidade ou burrice. Prefiro ficar com a ingenuidade, por um lado por preferir sempre pensar na melhor das opções e, por outro, por ter até me afeiçoado ao atendente, que, depois do episódio hilário, ainda concordou com a minha um pouco fingida revolta pela falta de internet. Fingida por eu não estar muito preocupado porque mamãe está aqui e eu sabia que mal ia ligar o computador e por eu ter até melhorado de humor depois do adendo ingênuo do meu interlocutor.

quarta-feira, 2 de junho de 2004

A primeira vez a gente nunca esquece!

Hoje eu vou, finalmente, contar a saga do meu mal fadado sábado passado do tal show dos Los Hermanos (vide post de 30/05). Saí de casa às 21:40 hs, mais ou menos, com a minha amiga Loiria. Chegamos ao entorno do Dragão do Mar (toda aquela região de bares, boates e moquifos e ruas/estacionamento) mais ou menos às 22:00 hs. Corremos para o Armazém, pois passáramos por lá antes de estacionar e vimos a fila monstruosa que se formava nas calçadas. E lá fui eu correr atrás de um ingresso, pois eu não havia comprado. Depois do susto de ter encontrado cambistas vendendo ingressos a R$ 35, consegui comprar a R$ 25, após uma séria barganha entre 2 cambistas (nada como uma boa concorrência para garantir um menor preço). Fomos ladeando a fila, procurando algum conhecido para cometer aquele pequeno delito que todos cometem nessa situação mas não querem que os outros (à sua frente) o cometam: furar a fila. Encontrei uma amiga da faculdade com o namorado. Já nos chegamos e começamos a conversar. Vi que ela não ficou muito feliz com a nossa aproximação cara-de-pau, mas não podíamos nos sujeitar a ir parar no fim daquela fila interminável. Mais 2 casais de amigos chegaram e se agregaram a nós. Com o passar do tempo, a impaciência foi crescendo, juntamente com a preocupação de que não iria caber aquela multidão dentro do recinto. Um dos casais, Luciana e Charles, resolveu vender seus ingressos e ir embora. Eles chegaram à conclusão de que era impraticável ficar naquela fila que não andava e, pior ainda, quando finalmente conseguissem entrar, seria insuportável lá dentro. Eu, enfim, cheguei à mesma conclusão. Procurei o cambista para quem o Charles vendera os ingressos, mas não o achei. Não o achamos, Charles e Lu estavam comigo. Mas encontramos um grupo de amigos que queria comprar ingressos. Consegui vender o meu a R$ 20 (isso mesmo, preju de 5 real, mas tinha cambista comprando a 10, tamanho caos que se instalava nas portas do Armazém). Vendido o ingresso, ficou a grande questão: como voltar para casa, pois a Lia disse que não ia desistir. Mais do que certa, ela, como fã da banda, tinha mais é que ficar mesmo. Mas como eu não era movido por esse laço afetivo com a banda, vi que não dava para mim. Estava na esperança de pegar uma carona com a Lu e o Charles, mas descobri que eles iam voltar de táxi e moram no lado oposto da cidade, tomando o Dragão como ponto de referência. E agora? Vaguei procurando uma cara conhecida, tentando ter alguma idéia. De táxi eu não ia voltar, porque aí o prejuízo ia ser grande demais, principalmente porque ando pobre (ter dinheiro é uma desgraça, só serve pra gente gastar mais). O Circular não passava mais àquela hora. Sai caminhando em direção ao ponto de táxi do dragão para fazer uma "tomada de preços". Mas quando estava lá chegando, o que vi do outro lado da rua? Dois moto-taxistas. Sim, isso mesmo. Eu recorri ao moto-táxi. Pior: ainda barganhei preço com o moto-taxista. Fiz até teatrinho de que ia buscar uma carona (não sei como) para conseguir chegar ao preço que eu queria: R$ 5 a corrida (ele queria 7). E lá fui eu: meti o capacete e subi na garupa da moto. Fim de carreira eu querendo esconder minha cara quando passei em frente ao Armazém trepado num moto-táxi, o que ficava difícil devido à minha chamativa camisa florida, estilo havaiano. Pior ainda a minha preocupação em desenvolver um ninho de piolhos na minha vasta cabeleira (agora já estou mais aliviado, creio que já passou o período de incubação desses maléficos bichinhos peçonhentos). Eu sei, esses comentários parecem extremamente preconceituosos e elitistas, mas o que posso fazer se sou burguês e classe média? Se nunca tinha precisado recorrer a um moto-táxi? Se sempre escutei comentários e piadinhas a esse respeito das pessoas ao meu redor? Que atire a primeira pedra quem nunca fez (ou riu de) uma piadinha de moto-táxi! Saldo da noite: prejuízo de déireal, nada de show e a minha dignidade burguesa abalada. É, o primeiro moto-táxi a gente nunca esquece.