quarta-feira, 2 de junho de 2004

A primeira vez a gente nunca esquece!

Hoje eu vou, finalmente, contar a saga do meu mal fadado sábado passado do tal show dos Los Hermanos (vide post de 30/05). Saí de casa às 21:40 hs, mais ou menos, com a minha amiga Loiria. Chegamos ao entorno do Dragão do Mar (toda aquela região de bares, boates e moquifos e ruas/estacionamento) mais ou menos às 22:00 hs. Corremos para o Armazém, pois passáramos por lá antes de estacionar e vimos a fila monstruosa que se formava nas calçadas. E lá fui eu correr atrás de um ingresso, pois eu não havia comprado. Depois do susto de ter encontrado cambistas vendendo ingressos a R$ 35, consegui comprar a R$ 25, após uma séria barganha entre 2 cambistas (nada como uma boa concorrência para garantir um menor preço). Fomos ladeando a fila, procurando algum conhecido para cometer aquele pequeno delito que todos cometem nessa situação mas não querem que os outros (à sua frente) o cometam: furar a fila. Encontrei uma amiga da faculdade com o namorado. Já nos chegamos e começamos a conversar. Vi que ela não ficou muito feliz com a nossa aproximação cara-de-pau, mas não podíamos nos sujeitar a ir parar no fim daquela fila interminável. Mais 2 casais de amigos chegaram e se agregaram a nós. Com o passar do tempo, a impaciência foi crescendo, juntamente com a preocupação de que não iria caber aquela multidão dentro do recinto. Um dos casais, Luciana e Charles, resolveu vender seus ingressos e ir embora. Eles chegaram à conclusão de que era impraticável ficar naquela fila que não andava e, pior ainda, quando finalmente conseguissem entrar, seria insuportável lá dentro. Eu, enfim, cheguei à mesma conclusão. Procurei o cambista para quem o Charles vendera os ingressos, mas não o achei. Não o achamos, Charles e Lu estavam comigo. Mas encontramos um grupo de amigos que queria comprar ingressos. Consegui vender o meu a R$ 20 (isso mesmo, preju de 5 real, mas tinha cambista comprando a 10, tamanho caos que se instalava nas portas do Armazém). Vendido o ingresso, ficou a grande questão: como voltar para casa, pois a Lia disse que não ia desistir. Mais do que certa, ela, como fã da banda, tinha mais é que ficar mesmo. Mas como eu não era movido por esse laço afetivo com a banda, vi que não dava para mim. Estava na esperança de pegar uma carona com a Lu e o Charles, mas descobri que eles iam voltar de táxi e moram no lado oposto da cidade, tomando o Dragão como ponto de referência. E agora? Vaguei procurando uma cara conhecida, tentando ter alguma idéia. De táxi eu não ia voltar, porque aí o prejuízo ia ser grande demais, principalmente porque ando pobre (ter dinheiro é uma desgraça, só serve pra gente gastar mais). O Circular não passava mais àquela hora. Sai caminhando em direção ao ponto de táxi do dragão para fazer uma "tomada de preços". Mas quando estava lá chegando, o que vi do outro lado da rua? Dois moto-taxistas. Sim, isso mesmo. Eu recorri ao moto-táxi. Pior: ainda barganhei preço com o moto-taxista. Fiz até teatrinho de que ia buscar uma carona (não sei como) para conseguir chegar ao preço que eu queria: R$ 5 a corrida (ele queria 7). E lá fui eu: meti o capacete e subi na garupa da moto. Fim de carreira eu querendo esconder minha cara quando passei em frente ao Armazém trepado num moto-táxi, o que ficava difícil devido à minha chamativa camisa florida, estilo havaiano. Pior ainda a minha preocupação em desenvolver um ninho de piolhos na minha vasta cabeleira (agora já estou mais aliviado, creio que já passou o período de incubação desses maléficos bichinhos peçonhentos). Eu sei, esses comentários parecem extremamente preconceituosos e elitistas, mas o que posso fazer se sou burguês e classe média? Se nunca tinha precisado recorrer a um moto-táxi? Se sempre escutei comentários e piadinhas a esse respeito das pessoas ao meu redor? Que atire a primeira pedra quem nunca fez (ou riu de) uma piadinha de moto-táxi! Saldo da noite: prejuízo de déireal, nada de show e a minha dignidade burguesa abalada. É, o primeiro moto-táxi a gente nunca esquece.

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