sexta-feira, 28 de maio de 2004

Sobre pássaros (e morcegos, e insetos...)

A idéia para este post me veio durante o banho. Pois é, eu sei, às vezes, as coisas surgem nos momentos mais inesperados. Eu comecei a pensar em pássaros (não me perguntem por que eu comecei a pensar nisso que eu não vou saber dizer) e em morcegos. Morcegos? O que eles têm a ver com pássaros? Bem, eles voam. Eu pensei: como os pássaros têm sorte de poder voar. Imediatamente parei para pensar: somente os pássaros voam? Não, também existem os morcegos. E forcei um bocado mais a minha mente para ver se me lembrava de mais algum ser que voasse. Caramba, só agora me lembrei dos insetos, muitos deles voam. Mas, enfim, a grande questão é que eu comecei a pensar que eles podiam voar, algo que eu sempre desejei poder fazer. Quem nunca sonhou que podia voar? Eu sonhei diversas vezes, principalmente quando era criança. Algumas vezes como se eu fosse um avião e precisasse pegar velocidade suficiente antes de deixar o chão. Noutras, eu simplesmente levitava do chão da varanda e começava a voar. Mas, geralmente, eu não tinha coragem de me afastar muito da varanda nem de arriscar altitudes mais elevadas. Tinha medo de perder o controle do vôo e me estatelar no chão. Algumas vezes eu arriscava subir vertiginosamente, mas em seguida caía rapidamente e sentia aquele frio na barriga que, na realidade, não era só na barriga, parecia tomar conta de meu corpo todo. Seria isso alguma insegurança minha? Será que isso revela que eu tenho medo de perder o controle das minhas capacidades? Psicólogos, me ajudem. Medo de voar eu sei que não tenho. Já viajei de avião algumas (poucas) vezes e não dei piti. Enfim, deixa isso pra lá. Só me lembro que eu achava maravilhoso voar. Então eu comecei a imaginar: e se todos nós pudéssemos voar? Como seria? Eu imaginei que seria magnífico, mas logo me veio um pensamento estúpido à cabeça: os pombos voam e são especialistas em mandar seus excrementos lá de cima certeiramente em nossa cabeça. E se nós fizéssemos isso também? Tipo, estou eu voando tranqüilamente, indo para a faculdade, para o estágio ou para a casa de um amigo quando vejo lá embaixo, no chão, alguém de quem eu não gosto, um desafeto, meu inimigo número um, descansando suas asas, se asas tivéssemos, ou fazendo qualquer outra coisa, obviamente não passaríamos o tempo todo voando. Não seria tentador querer acertar um cocozinho nele? Igual ao personagem daquela propaganda do Red Bull, "arriar" as calças e "blosht"! Bem na cabeça do infeliz! Que esculhambação ia ser se todo mundo decidisse fazer o mesmo. Seria uma saraivada de bosta caindo dos ceús, uma chuva fétida e podre que não pouparia pedestres ou mesmo voadores a baixas altitudes. Isso sem falar nos eventuais desarranjos intestinais, pois não seria por podermos voar que estaríamos livres de comer algo que não fez bem ou pegar umas dessas viroses assassinas e perder o controle do esfíncter anal. Não, é melhor deixarmos assim mesmo, todos nós cá no chão. Até porque eu acho que o nosso prefeito iria logo inventar uma taxa para limpar essa sujeira: a taxa do cocô.

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