sábado, 6 de janeiro de 2007

Alô, alô, marciano

Êêêêê!!! Primeiro post de 2007!! Spoc! Pow! Pum! (caso não tenha ficado claro, isso foram onomatopéias de fogos de artifício estourando) Acho que ficou faltando uma coisa no post passado: seja menos preguiçoso, escreva com mais freqüência um post novo. Mas deixemos as auto-recriminações de lado e passemos ao assunto de hoje. Fui ao Manaíra Shopping aqui em João Pessoa para assistir a “O amor não tira férias” com minha mãe, minha irmã e minha avó (minha porção Rubens Ewald Filho deve falar sobre o filme dentro em breve). Lá encontrei a já tradicional pista de patinação no gelo do centro comercial. Todo ano ela está lá na época de natal. E não é influência do quadro Dança no Gelo do Faustão (graças a Deus), o negócio vem de longe. E qual não foi minha surpresa (na verdade, eu dei uma gargalhada) quando vi um aviso em uma das laterais da pista: evite falar ao celular enquanto patina. Eu fiquei rindo e pensando: “Será que é realmente necessário colocar um aviso desses? As pessoas não têm o bom senso de fazer isso por conta própria?” Sim, pois, convenhamos, é um tanto ridículo a pessoa ficar patinando no gelo e falando ao celular. Foi então que lembrei que apelar para o bom senso das pessoas é um negócio arriscado. Ainda mais em se tratando de questões relacionadas ao celular. Sou só eu ou mais alguém acha doentia a relação que muitas pessoas estabelecem com seus aparelhinhos telefônicos móveis? E não estou falando de grandes empresários que dormem com seu Blackberry embaixo do travesseiro, esperando aquele e-mail da fábrica da China para saber se a repimboca da parafuseta vai chegar no prazo para aquele cliente do Canadá. Falo de pessoas comuns, que possuem uma necessidade normal do celular. Parece que não se consegue viver mais sem celular. Pessoas, a gente vivia muito bem sem eles até alguns anos atrás! Sim, concordo que eles são um grande avanço e uma mão na roda, mas não vamos transformar um acessório em item essencial de vida! Para continuar no tema, ia eu no ônibus do metrô em direção à praia de Ipanema e ouvi a conversa de duas mulheres sentadas. O assunto: o presente de natal das crianças. Então uma delas falou que Fulaninho queria um celular com câmera, mas eles (ela + marido) já o haviam dado no dia das crianças. É o seguinte: pro bem dos meus filhos, é melhor que eu não os tenha! Do contrário, eles serão aquelas crianças execradas e deslocadas, praticamente marcianas, únicas com noção e bom senso em meio a pirralhos mimados e sem idéia do que seja necessidade e valor. Pela hóstia consagrada, pra que um pirralho precisa de um celular com câmera? Para tirar fotos dos “miguxos” no colégio? Se até hoje eu não vejo necessidade em ter um celular com câmera, pra que um fedelho precisa, se não para estar na moda e ter um celular de última geração também? E assim as crianças crescem com concepções distorcidas sobre o valor e a necessidade de bens materiais, tornando-se consumistas vorazes para tapar o buraco nas suas vidas de coisas que realmente importam, como amizades e relações interpessoais significativas (olha eu de novo puxando brasa pra minha monografia). Esse é o meu problema: querer criar filhos conscientes e mentalmente saudáveis.

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