quarta-feira, 26 de outubro de 2005

V.P.O. (Vida Pós-Orkut)

Eu sei, eu sei. Ninguém agüenta mais ler sobre o Orkut neste blog. Pra falar a verdade, até eu estou achando um porre essa coisa de, vira e mexe, falar sobre o mesmo assunto. Mas que culpa eu tenho se essa bendita (ou maldita, sei lá) rede de amizades e interesses veio para mudar nossa vida? Sério! Quem nunca perdeu momentos preciosos procurando comunidades sem noção que não acrescentam nada a sua vida? Quem nunca gastou boa parte de sua tarde de sábado (para não falar de outros momentos que deveriam ser dedicados ao trabalho – ou ao descanso do trabalho) escrevendo scraps desprovidos de conteúdo mais substancial do que um mero “como vão as coisas?” ou um “manda notícias, sumido”, apenas para manter o vício de estar sempre fazendo algo no bendito site? Quem nunca respondeu àqueles tópicos ridículos de joguinhos de comunidades do tipo “abraço, beijo ou aperto de mão?” (vergonha pura e absoluta! Eu já participei de mais de um, confesso! Mas vocês têm que dar um desconto! Eu era um rapaz carente e sem namorada em busca de uma paquera virtual que fosse nesse novo mundo de possibilidades que se abria à minha frente – peraí, eu disse que eu era?)? Quem nunca perdeu seu tempo criando comunidades estapafúrdias, como uma cujo convite eu recebi: “Eu bebo água misturada” (Obs 1: que me perdoe quem a criou, mas qual é a razão de ser de uma comunidade dessa, pela hóstia consagrada? Obs 2: dessa categoria eu me excluo, pois eu nunca criei comunidade nenhuma, estapafúrdia ou não)? Mais recentemente, quem nunca repassou aqueles scraps-spams que consistem em desenhos de bombas e peixinhos, sempre acompanhados das irritantes palavras “clique aqui” (também me excluo dessa categoria: ODEIO esses malditos spams)? Não só isso! O Orkut virou centro de preocupação para muitas pessoas! Há algum tempo que Carolina (aquela mesma do aniversário do post de ontem) vinha se preocupando com o número de amigos em sua lista do Orkut. Na roda de amigos dela e do meu irmão, rola a tese de que a menina que possui 300 pessoas ou mais na sua lista de contatos do Orkut é uma periguete, que vem a ser, como direi, uma moça “muito dada”, que faz amizade muito facilmente, se é que vocês me entendem. O que aconteceu? Esta semana, Carolina chegou ao cabalístico número 300! Já pensaram? Se essa moda pega, as meninas vão ficar todas aflitas cada vez que adicionarem um amigo novo no Orkut, temendo chegar ao status de periguete (sim, pois vale salientar que o machismo também impera no Orkut: homem não possui limite de pessoas que possa conhecer nem atinge nenhum status depreciativo). Pior ainda! Já imaginaram as pessoas rejeitando fazer novos amigos por conta do limite de amizades do Orkut (que, independentemente do conceito de periguete, possui um limite para a quantidade de pessoas que se pode ter na lista de contatos)? Um grupo de amigos conversa num bar ou em qualquer outro meio “antiquado” de socialização humana e alguém chega para um(a) amigo(a) e diz:
- Fulano(a), deixa eu te apresentar um amigo meu...
- Não, muito obrigado(a)! Já tenho gente demais na minha lista do Orkut! Não posso conhecer nenhuma pessoa nova!
É, pessoas, os tempos mudaram!

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