segunda-feira, 20 de abril de 2009

Agora em versão 2.0

A web 2.0 surgiu para revolucionar as comunicações midiáticas. O receptor se tornou emissor (sim, eu quero mostrar que estudei Teoria da Comunicação) e o poder de produzir conhecimento e disseminá-lo passou a ser compartilhado por quem costumava só receber informações com o derriere sentado numa cadeira em frente ao computador. Dessa revolução veio o Youtube, nossa fonte de divertimento e até conhecimento produzidos por “gente como a gente” (pra dar um sentimento de união, de povo, de “vamos dar as mãos”). Não é mais necessário ter o sobrenome Marinho, Macedo ou Abravanel para poder atingir milhões de pessoas com conhecimento produzido por você, quer seja algo de utilidade pública (tipo a solução para o fim do aquecimento global) ou a mais pura besteira (cof! Cof! Paris Hilton! Cof!). Enfim vivemos a revolução da informação, a democratização da informação, alguns diriam. Agora vamos à banda podre da coisa, que essa introdução toda foi só pra falar o que eu realmente queria falar.
Pois é, agora a coisa virou moda e todo mundo tá usando. O novo programa da Xuxa tem quadros elaborados pelos internautas ou com a participação deles via vídeos postados no site ou algo assim (não, eu não assisto à Xuxa, pelo menos há uns bons 15 anos, fiquei sabendo da “novidade” no Faustão – acho que não melhorei minha situação). Várias campanhas publicitárias já simularam o clima de “home vídeo” (nunca viu “Todos por un pelo”? Um clássico já: http://www.youtube.com/watch?v=fr5JkHvBEmE – e olha a metalinguagem) ou campanhas promocionais que pedem a participação dos internautas com seus vídeos. Os jornais da Globo têm quadros com reportagens produzidas a partir de sugestões dos internautas. O programa de clipes do Multishow TVZ possui o quadro “TVZé”, com “clipes” caseiros produzidos pelos telespectadores e postados na web. E agora vem aquele que é o sintoma maior da revolução, um sinal dos tempos: a tradicional mensagem de fim de ano da TV Globo (aquela que todos os anos nos faz lembrar quem a Record ainda não roubou) de 2008 era feita de vídeos caseiros com alegres famílias e amigos “do povo” cantando desafinadamente que “hoje é um novo dia de um novo tempo que começou”.
E eu, que sofro do mal de sentir vergonha pelos outros, faço o que quando vejo as pessoas se passando em vídeos caseiros e postando pra todo mundo ver, como em vários clipes bisonhos do TVZé? É, não tem jeito. A tecnologia realmente não dá refresco.

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