terça-feira, 12 de outubro de 2004

Ser criança

12 de outubro, dia das crianças. Originalmente, nem pensei em escrever algo relacionado à data. Mas minha mente começou a fazer aquelas viagens cujo controle eu não possuo e eu me vi pensando em comemorar a criança que eu mantenho viva dentro de mim. Não, não é aquele discurso ensaiado “todos temos uma criança dentro de nós”, é uma constatação resultante de muita auto-reflexão. A falácia acima citada pode até conter seu quinhão de verdade, porém creio que muitas pessoas deixam sua criança interior morrer, mais cedo ou mais tarde. Eu, apesar de sempre ter me considerado muito maduro e realmente acreditar que o sou, mantenho bem vivo o meu Tiaguinho. Realmente a criança à que me refiro não tem nada a ver com maturidade ou infantilidade, mas sim com uma forma de encarar a vida, uma maneira mais leve de lidar com as pessoas. Salvo raras exceções, crianças são alegres, acreditam que todo dia é uma festa e que tudo vai dar certo. É um otimismo contagiante, uma alegria estimulante, uma energia revigorante. Crianças estão muito mais preocupadas em se divertir do que em arranjar briga com alguém. E, se arranjam, fazem as pazes muito mais facilmente e conhecem pouco ou quase nada de um ingrediente amargo que faz parte da vida de muitos adultos: orgulho. Falsidade é outra capacidade praticamente inexistente nelas, tornando-as muito mais à vontade com seus sentimentos e com os dos outros. Por essas e por outras razões que eu procuro sempre manter a criança que existe em mim sempre viva, com a minha espontaneidade pueril, minha alegria quase que constante e meu desejo de estar sempre “de bem” com todos ao meu redor. Tomara que eu consiga evitar que os problemas do dia-a-dia e os aborrecimentos da vida adulta soterrem a criança que me ajuda a ser mais leve. Parabéns para as crianças de todas as idades.

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