Trocando idéias comigo mesmo quando o mundo deixa de fazer sentido. Ou faz sentido demais.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2005
Encontros e despedidas
E lá vou eu em mais uma viagem. Mas dessa vez volto à terra natal. Vou revisitar lugares, rever pessoas, remexer em lembranças. E, exceto pelas lembranças, que podem ser visitadas a qualquer momento nos recônditos de minha mente, os lugares e as pessoas serão visitados uma última vez antes de fazer uma viagem para mais longe e de duração maior. Não digo definitiva porque aprendi nos últimos anos que nada ou quase nada nessa vida é definitivo. Pois assim eu vou revisitar Fortaleza uma última vez antes daquela que vai ser a maior mudança da minha vida até agora. Já os amigos, esses eu posso rever algum dia, pois mudanças podem ocorrer na vida de qualquer um, e não é só para mim que as coisas não são definitivas.Tweet
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005
Brasil, mostra a tua cara
Não vou tecer maiores comentários sobre a declaração de José Genoíno, presidente do PT, em que ele afirma que “teve” erros na campanha do candidato do governo para a presidência da Câmara dos deputados, cometendo ele mesmo um erro crasso de português cometido por brasileiros que desconhecem a própria língua-mãe. Nem vou fazer comentários sobre a competência do governo nesse e em outros aspectos. Eu quero apenas demonstrar minha preocupação em ver um presidente da Câmara dos deputados ser eleito com propostas como as apresentadas por Severino Cavalcanti. A defesa dos 3 meses de férias para os parlamentares é uma regalia que eu só vejo existir para estudantes. Desconheço que outra classe tem direito a tanto tempo de férias no mundo dos adultos, excetuando-se aqueles milionários que não precisam trabalhar, obviamente. Nunca ouvi falar de nenhum tipo de trabalhador que possa se dar ao luxo de ficar 3 meses por ano sem trabalhar. Ainda mais os deputados brasileiros, para quem 12 meses por ano parecem ser pouco para a quantidade de trabalho que este país precisa que eles façam. A defesa do nepotismo é algo aviltante e o candidato vencedor, nosso atual presidente da Câmara dos deputados, levantava isso como uma bandeira. O Jornal Nacional ainda mostrou um vídeo antigo do Severino Cavalcanti dando a desculpa mais do que esfarrapada de que um filho de deputado não deveria ser punido por ser filho de deputado. Tenha santa paciência! Outra proposta do candidato era o aumento do número de funcionários dos gabinetes. Essa proposta, pelo menos, é coerente. Se ele defende o nepotismo, é claro que ele defende que se abra mais espaço para a família dele mamar nas tetas no governo. E, por fim, a revoltante proposta de aumentar o salário dos deputados de R$ 12.800,00 para meros R$ 17.500,00, “podendo chegar a R$ 21,5 mil caso um projeto de lei que aumenta o teto seja aprovado na Casa” (Folha Online) . Diversas pesquisas mostram a renda do brasileiro despencando ladeira abaixo, mas os deputados acham justo aumentarem os próprios salários. Com esse tipo de representante político, estamos bem arranjados.Tweet
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005
A-la-la-ô-ô-ô-ô-ô
Eu poderia falar de vários assuntos relacionados à minha viagem a Salvador, e, muito provavelmente, falarei mais à frente. Só o fato de eu ter visto as pernas de Ivete Sangalo bem de perto por duas vezes já renderia um bom post. Mas, hoje, vou contar a vocês como foi a noite da minha segunda-feira de carnaval. Após três dias (ou noites, melhor dizendo) acompanhando os blocos do carnaval, eu decidi fazer algo diferente e buscar outros divertimentos em Salvador. Para tal tarefa eu contava com a ajuda do meu grande amigo Caio, que prontamente se ofereceu para me levar para conhecer a noite soteropolitana. Após um dia inteiro de chuva, o que estragou a praia que havia sido combinada para a manhã daquele dia, a noite estava estiada. Após o trabalho (sim, o Caio tem um carimbo na testa que diz “puta ruim” e trabalhou em plena segunda-feira de carnaval), meu amigo não mais virtual passou no apartamento onde eu estava, que pertencia a um amigo do meu irmão que estava viajando, e nós pegamos um táxi. Seguimos em direção ao Rio Vermelho, um bairro boêmio de Salvador, conforme meu guia falou. Tudo fechado. Minto, tudo não. Os cabarés da cidade estavam lá, firmes e fortes, mas nós dispensamos esse programa. Após um frustrante passeio de táxi, voltamos ao apartamento. De lá, fomos a uma loja de conveniência de um posto de gasolina próximo e compramos uma garrafa de vinho e uns salgadinhos para exercitar a mandíbula. Quando estamos voltando para o apartamento, a pé, a chuva resolve dar o ar de sua graça novamente, o que nos obrigou a subir correndo a considerável ladeira que levava até o prédio. Chegando ao apartamento, ensopados de chuva e suor, fomos abrir o vinho. Mas havia um problema: após muita procura, não encontramos um saca-rolha no apartamento. Muitas tentativas de abrir a garrafa se seguiram, culminando com o Caio arrancando pedaços da rolha com uma faca e enfiando o resto para dentro da garrafa. Detalhe: graças a essa única saída que encontramos para poder abrir a garrafa de vinho, tivemos que usar uma peneira para coar os pedaços de rolha quando enchíamos os copos. Sim, mas eu quase esqueci de contar o melhor! Enquanto o Caio tentava abrir o vinho, o que aconteceu? Faltou energia! Isso mesmo! Como desgraça pouca é bobagem, tivemos que terminar de abrir o vinho no escuro! Finalmente conseguimos tomar o bendito vinho e ficamos conversando na sala, sem luz. Meu irmão chegou com um amigo do carnaval e se juntou a nós na escuridão da sala de estar, deitado no chão (fim de carreira). Coitado, ficou lá, deitado e acabado, esperando que a luz voltasse para poder tomar um banho. E o Caio esperando a mesma energia para poder ir embora. Como a energia não voltava e eu começava a dar sinais evidentes de sono, o Caio foi embora sem luz mesmo. E essa foi a noite da minha segunda-feira de carnaval. Pode não ter sido das mais animadas, pode ter acontecido muita coisa errada, mas, pelo menos, rendeu uma boa história.
PS: Caio, eu disse que iria escrever sobre isso.Tweet
PS: Caio, eu disse que iria escrever sobre isso.Tweet
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