quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Brasil, mostra a tua cara

Não vou tecer maiores comentários sobre a declaração de José Genoíno, presidente do PT, em que ele afirma que “teve” erros na campanha do candidato do governo para a presidência da Câmara dos deputados, cometendo ele mesmo um erro crasso de português cometido por brasileiros que desconhecem a própria língua-mãe. Nem vou fazer comentários sobre a competência do governo nesse e em outros aspectos. Eu quero apenas demonstrar minha preocupação em ver um presidente da Câmara dos deputados ser eleito com propostas como as apresentadas por Severino Cavalcanti. A defesa dos 3 meses de férias para os parlamentares é uma regalia que eu só vejo existir para estudantes. Desconheço que outra classe tem direito a tanto tempo de férias no mundo dos adultos, excetuando-se aqueles milionários que não precisam trabalhar, obviamente. Nunca ouvi falar de nenhum tipo de trabalhador que possa se dar ao luxo de ficar 3 meses por ano sem trabalhar. Ainda mais os deputados brasileiros, para quem 12 meses por ano parecem ser pouco para a quantidade de trabalho que este país precisa que eles façam. A defesa do nepotismo é algo aviltante e o candidato vencedor, nosso atual presidente da Câmara dos deputados, levantava isso como uma bandeira. O Jornal Nacional ainda mostrou um vídeo antigo do Severino Cavalcanti dando a desculpa mais do que esfarrapada de que um filho de deputado não deveria ser punido por ser filho de deputado. Tenha santa paciência! Outra proposta do candidato era o aumento do número de funcionários dos gabinetes. Essa proposta, pelo menos, é coerente. Se ele defende o nepotismo, é claro que ele defende que se abra mais espaço para a família dele mamar nas tetas no governo. E, por fim, a revoltante proposta de aumentar o salário dos deputados de R$ 12.800,00 para meros R$ 17.500,00, “podendo chegar a R$ 21,5 mil caso um projeto de lei que aumenta o teto seja aprovado na Casa” (Folha Online) . Diversas pesquisas mostram a renda do brasileiro despencando ladeira abaixo, mas os deputados acham justo aumentarem os próprios salários. Com esse tipo de representante político, estamos bem arranjados.

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