domingo, 13 de março de 2005

Apenas observando

Ontem eu dei férias à minha mente. Ela, que está tão acostumada a pensar, indagar, se indignar, contentou-se em apenas observar. Observar e admirar. De uma despretensiosa ida à varanda, me vi parado, admirando os passarinhos e beija-flores que bebiam a água adocicada que colocamos todos os dias para eles em bebedouros com flores artificiais. Do silêncio restante que imperava eu só ouvia o canto dos pássaros festejando aquela água tão bem-vinda em tempos tão quentes. Da observação das aves, passei a observar os felinos. Um felino, mais especificamente: Gaspar, o gato mais novo daqui de casa. Ele apareceu no jardim e começou a brincar, sozinho, entre a grama e os arbustos de plantas. Pulava, cavava a grama, se escondia entre os ramos com flores lilases. Resolvi ajudar a natureza brincalhona dele e joguei uma bolinha feita com papel alumínio no meio da grama. Ele pegava a bola, sacudia no ar, jogava com as patas para um lado e para o outro. E aí ele a apanhava com a boca e saía andando calmamente, com os olhos azuis olhando pra mim, e a soltava embaixo do banco de madeira. E recomeçava toda a brincadeira. E eu fiquei ali, olhando e admirando, na mais completa paz interior, sem pensar em nada, até pensar que aquele momento renderia um belo post. Então minha mente voltou a funcionar.

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