sexta-feira, 3 de março de 2006

Varrendo as cinzas

Fechando a conta e passando a régua, vejamos o que sobrou do carnaval. No sábado, fui ao Cordão da Bola Preta com meu irmão. Lá (no centro da cidade) encontramos vários amigos cearenses extraviados no carnaval carioca, incluindo a Lana, que é cearense, mas trabalha e mora aqui no Rio. Aliás, uma das cenas mais impagáveis do carnaval aconteceu com o marido dela, o Arnaldo. Estávamos nós em plena Avenida Rio Branco após a passagem do bloco (comentário do momento: só no carnaval mesmo para conseguirmos ficar parados no meio da Rio Branco sem sermos atropelados 983 vezes) quando chega uma figura obesa, tipo rolha de poço, vestindo apenas uma sainha plissada (olha só, esse conhecimento todo de modelos de vestuário se deve ao fato de eu ter sido criado por uma mãe costureira, dona de confecção, dá um desconto aí, vai) e diz pro Arnaldo, apontando uma lata daqueles sprays de espuma: “Se não pegar na minha bunda tá ...odido!” Assim, analisando friamente através das minhas palavras, pode parecer que foi uma cantada de teor homossexual chula e de mau-gosto, mas quem estava lá viu que foi uma inocente brincadeira de carnaval, até porque a Lana tava do lado dele e eu também. Só sei que a Lana e eu nos acabamos de rir! Sim, aos curiosos de plantão, não, o Arnaldo não passou a mão na bunda dele e levou uma “sprayada” de espuma. Ah! Faltou comentar que, assim que chegamos no centro e estávamos procurando o Jesus (não, eu não errei o caminho da Igreja Evangélica, o Jesus é um amigo de Jonas que tem esse apelido por ter adotado o visual barba e cabelo grande), um vendedor de cerveja disse que eu parecia o Dandan do Big Brother (é, eu também não entendi)! Depois de muitas marchinhas, voltamos para casa para nos despedirmos de Carolina, a itinerante. No domingo, foi aquela história toda do Bloco do Sinal que eu não vou repetir, né! Na segunda, fui ao Carioca da Gema com um pessoal da FGV. Lá, marchinhas e sambas até o pescoço. E aqui vem o grande comentário do post: que me desculpem Max Nunes e Laércio Alves, mas “Banderia branca, amor, não posso mais” pode ser uma das marchinhas de carnaval mais conhecidas de todos os tempos, mas é pra acabar com qualquer carnaval! Sabe aquela música que eu gosto de chamar “corta os pulsos”? Bandeira branca na cabeça!! E pra não dizer que é implicância minha com a pobre da música, adiciono aqui a famosa “Pastorinhas”, de ninguém menos do que Noel Rosa e João de Barro. Mas vamos combinar! Quando começa “A estrela d’alva no céu desponta” dá vontade de recolher os brinquedos e voltar pra casa! No dito Cordão da Bola Preta começaram a tocar Pastorinhas e eu disse pra Jonas: “Se tocarem Bandeira branca, eu vou embora!” Pra queimar minha língua, qual foi a música seguinte? Bandeira branca. E eu não fui embora. Ô homem sem palavra!

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