terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Quero ser Nietzsche

Para a alegria de intelectuais, pseudo-intelectuais (novas regras gramaticais, há ou não há hífen aqui?), programas das Sônias Abrão da vida e as burras de dinheiro da Globo, hoje começa um novo Big Brother Brasil (BBB para os íntimos e para pessoas que A-DO-RAM – porque separar as sílabas das palavras em caixa-alta acrescenta toda uma dramaticidade ao texto – a praticidade das siglas).
Como assim para a alegria de intelectuais e pseudo-intelectuais (sim, a dúvida permanece)? Essas pessoas não deveriam odiar o BBB? Sim, justamente por isso. Existe coisa mais fácil do que falar mal do BBB para se mostrar um intelectual? Claro que a satisfação é mais completa para os pseudos, pois intelectual de verdade nem perde seu tempo comentando assuntos tão frívolos.
Mas é fato que neguinho enche a boca para dizer que “odeia o BBB” e proferir insultos do tipo “imundície televisiva” e “estupidez humana”. Não estou aqui pra defender a validade cultural do BBB. Aliás, se fôssemos analisar a validade cultural de todos os programas da TV aberta... Corre, Gugu! Corre! O problema é que me soa tão repetitivo e mesquinho ficar implicando com o programa. Tá, não é um programa da BBC de Londres. Mas realmente é insulto tão grande à inteligência humana? Sinto muito, mas a Donatela se passando por fantasma para endoidar a Flora me soa muito mais como “você é um idiota de assistir isso” do que ver as incongruências e mudanças de atitude do ser humano por causa do dinheiro.
Já assisti várias edições do BBB, não suportei algumas e acompanhei alguns episódios de outras quando meus seriados favoritos estavam na entressafra. Confesso que a curiosidade em saber quais são, afinal, os valores que o brasileiro admira e valoriza que dão a alguém o merecimento para ganhar R$ 1 milhão (porque até hoje eu tento entender o que diabos aquela porta daquele Bambam fez pra ganhar o dele) ainda me cutuca para ver pelo menos algumas partes do programa. Mas se você não consegue ver essa nuance sociológica no BBB, tudo bem. Só não vem arrotar insultos repetidos no meu pé do ouvido pra se passar pelo novo Arnaldo Jabor. Se o BBB não acrescenta nada, pelo menos ele passa à noite. E o que dizer das Sônias Abrão e Márcias Goldschimit da vida, que estão no ar à tarde, na hora em que nossas esponjas intelectuais recém-saídas das fraldas estão em casa vendo TV? Acho que é uma questão de saber dar a real medida dos seus inimigos. Pick your battles.
* Tema vergonhosamente copiado do Saco de filó. E quero deixar claro que é super legítimo não gostar do BBB e falar mal dele, mas, por favor, só o faça por convicção, e não para parecer culto e interessante.

3 comentários:

  1. Sim... há hífen ali...rs
    Olha... eu não odeio BBB. Acho banal para caramba e repetitivo, mas no dia da eliminação pergunto a minha esposa quem são os que vão para o paredão, olho, não vou com a cara de um, aí me dedico a arte de “secar” o cara... rs
    Eu acho BBB uma experiência humana mal usada... por mim eu deixaria os caras sem água e colocaria um copo com água em uma caneca de metal eletrificada para ver se o choque e o desconforto era capaz de inibir a sede. Ou então, eu os deixaria com bastante fome e depois, já no limite das forças, criava uma disputa física e agressiva para ver se a fome e música alta acirram instintos agressivos e qual o percentual de agressividade em relação ao estado normal....rs
    Sei lá.. coisas assim.. rs
    Sadismo? Não, ciência comportamental...rs
    Abraços

    Marcelo

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  2. Vamos por partes. Primeiro, você escreve bem. E escrever bem não é só respeitar meras normas gramaticais, como alguns acreditam. É fazer o texto ter ritmo e soar sincero.

    Segundo: nada mais irritante que alguém gastar mais do que cinco palavras pra falar mal do BBB. Falar mal do BBB é tão idiota quanto falar empolgadamente (e por mais de cinco minutos) bem do Chico Buarque. É desnecessário.

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  3. Para o autor e para Marcelo. Pelo que entendi das novas regras essa palavra não tem hífen. Só tem hífen quando as vogais forem iguais. Portanto pseudo-intelectuais passa a ser pseudointelectuais.

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