segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

Esperar ou não esperar, eis a questão

Expectativa. Engraçado o poder que essa única palavrinha tem. Certo, não é a palavra em si que tem poder, mas o sentimento. Eu estava apenas sendo poético. O que quero dizer é que a expectativa pode ser a diferença entre uma agradável surpresa e uma frustração sem tamanho. Ao assistirmos a um filme ou a uma peça, ao conhecermos alguém, ao sairmos para qualquer lugar, esperar pouco ou quase nada daquele acontecimento pode fazer com que tenhamos uma noite (ou manhã, ou tarde, ou dia, ou semana etc.) extremamente agradável por conta da baixa expectativa anterior. Claro, esse tipo de grata surpresa só pode ocorrer se nós, mesmo achando que não vamos conseguir muita coisa dali, nos abrirmos para as possibilidades daquela experiência. Baixa expectativa combinada a emburramento e teimosia não pode gerar muita coisa boa. O contrário também é válido: se esperamos muito de algo (ou alguém), podemos dar com os burros n’água e passarmos um bom tempo com a sensação de “eu não devia ter saído de casa”. Por isso que eu costumo sair sem nenhuma expectativa, aberto ao que possa acontecer, pronto para pescar bons momentos em qualquer lugar e a qualquer hora. Mas nem sempre isso é possível. Por mais que eu não alimente minhas expectativas, algumas vezes eu me pego dependente delas. E aí me vem a pergunta: em se tratando de pessoas, a culpa é nossa por criar expectativas ou das pessoas por não corresponderem a elas, um mínimo que seja?

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